A cada 3 dias, 2 mulheres são estupradas em Campinas

Segundo dados do governo de SP, cidade registrou 122 casos no 1º semestre

25/07/2011 - 17:47
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Campinas registrou no primeiro semestre deste ano 122 estupros, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (25), pela Secretária de Estado de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP). No primeiro trimestre foram 52 casos, e no segundo, o número de casos aumentou para 70.
Em balanço municipal, feito pelo programa Iluminar Campinas, da secretaria de Saúde, de janeiro até a primeira quinzena de julho, foram 91 casos de estupros, uma média de um estupro a cada dois dias. Os números do programa são considerados estáveis em relação ao ano passado, em que foram 193 estupros.
A disparidade entre os números entre a saúde e a segurança é justificada pelo fato que nem todas as vítimas procuram a saúde para atendimento e acompanhamento, assim não são contabilizadas no programa.
A “onda” de casos de violência sexual à mulher no Distrito de Barão Geraldo assusta moradores, que estão mobilizando passeatas, denúncias pela internet, protestos com cartazes nas ruas e até um muro foi pichado como forma de protesto.
Segundo a coordenadora do programa que tem o financiamento do Ministério da Saúde, a médica ginecologista Verônica Gomes Alencar, as notificações de casos permacem sem alterações significativas desde 2006. Mas, isso está longe de ser um ponto positivo para a cidade, segundo Verônica. “O que nos preocupa e nos incomoda, é que os números são graves. Depois do homicídio, consideramos que os casos de estupro são os mais graves, pois pode trazer consequências como o aborto, além de ser um trauma de difícil recuperação”, afirma.
Saiba mais:
Estupro urbano
Os locais de ocorrência também mudaram, segundo a médica. “Antes, a maioria das ocorrências eram dentro das residências, no entanto os casos de estupro em via pública têm aumentado significativamente”, explica Verônica.
Segurança
Para a médica que trabalha com vários casos de mulheres violentadas, um dado preocupante é sobre a responsabilização do autor do crime. “Não vemos muitas vezes a punição desses homens, falta investigação aprofundada da polícia. Além disso, o processo é doloroso para as mulheres desde o início até na Justiça, pois a ação penal de iniciativa privada, em que somente a vítima pode formular o pedido”, afirma a coordenadora do programa.
As informações colhidas no programa também são repassadas para a área de segurança, segundo Verônica. “Repassamos uma descrição detalhada para a polícia, como os dados do autor que as mulheres descrevem, grau de parentesco e se tinha algum sintoma de álcool ou droga”, exemplifica. Para a coordenadora do programa, mesmo com os dados da saúde, as estatísticas não diminuem.
Mobilização
A organização de uma passeata pelas estudantes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e denúncias que circulam pelas redes sociais, blogs e emails são apoiadas pela coordenadora do programa. “Eu realmente fico contente com a manifestação organizada que inclui entre as reivindicações maior segurança e questionam também o serviço da polícia”, explica.
Orientação
Para as mulheres que sofreram violência sexual a recomendação é para que procurem, em até 72h, um atendimento médico no Caism (Centro de Atenção Integral à Mulher).Os homens, crianças e adolescentes devem procurar o Hospital Mario Gatti. Depois é preciso registrar um boletim de ocorrência e fazer o exame de corpo de delito no IML (Instituto de Medicina Legal).
O programa Rede Iluminar faz um acompanhamento das vítimas com orientação, prevenção da gravidez, DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e cuidados com a saúde física, mental e social.
Denúncia
Segundo a Polícia Militar, a segurança foi reforçada no distrito, com apoio dos Batalhões de Choque da Cidade de São Paulo. Para qualquer emergência a polícia orienta ligar para o telefone 190 e para fazer denúncias anônimas pelo telefone 181. 

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