PMA acolhe crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual

PMA acolhe crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual

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Segundo a coordenadora do Creas, Magna Mendonça, a última etapa do atendimento à vítima é o Centro de Referência. "Quando há uma vitima de violência sexual ou uma tentativa, ela começa indo para o conselho tutelar, delegacia, IML, e por fim vem para o nosso Creas". Lá é feito o atendimento psicossocial com a vítima e a família que teve o seu direito violado.
O Creas conta com seis profissionais, sendo três assistentes sociais e três psicólogas, e os atendimentos são feitos semanalmente pela manhã e tarde. Quando a criança é muito nova, o trabalho é mais voltado para a mãe ou seu responsável. ‘'As mães chegam aqui muito revoltadas e se sentem muito culpadas por irem trabalhar e ter deixado seu filho com alguém que achava que era de confiança. Então o trabalho das psicólogas é para amenizar essa revolta", conta Magna.
Agressor
Segundo a coordenadora, os agressores geralmente são pessoas de confiança da família e da vítima. "Raramente é alguém desconhecido. É o pai, o tio, um vizinho, alguém próximo da família, o que torna mais doloroso", conta ela.
Diante disso, é importante que os responsáveis estejam muito atentos com mudanças de humor, marcas no corpo ou mudanças na relação das crianças e adolescentes com as pessoas próximas. "O responsável tem que estar alerta, pois muitas vezes a vítima prefere esconder o ocorrido", conta Magna.
Segundo a psicóloga do Creas, Suzanne Carvalho, o tema é bastante delicado e sofrido. "Temos muitas mães que preferem não acreditar no ocorrido, pois não querem abrir mão do companheiro, e colocam a culpa na própria filha", conta ela.
Tratamento
O tratamento é feito com a psicóloga, a vítima e a família, para que ela possa relatar o ocorrido e buscar a recuperação. "A equipe tem que estar muito atenta, ouvir a vítima, os responsáveis e tentar entender essa família no local onde mora para buscar a solução do problema", conta a coordenadora.
O tempo do tratamento depende de cada caso, demorando o necessário para que a vítima se recupere do ocorrido. "Temos adolescentes que entram hoje e daqui a dois meses já estão prontos para serem desligados; outros passam muito tempo em tratamento e continuam confusos", conta Magna. A faixa etária mais recorrente das vítimas é dos sete aos catorze anos, e a maior presença é do sexo feminino. "Hoje atendemos 150 vítimas, no qual 100 delas são meninas", declara Magna.
Crianças
Com as crianças, o trabalho é mais delicado. "Para as crianças nós utilizamos outros instrumentos como os brinquedos, desenhos, que isso também é uma forma de expressar os sentimentos, e eles se sentem mais a vontade para falar", declara Suzanne. As reações se diferenciam de acordo a idade. "O sentimento da criança perante o ocorrido é de medo do agressor; já do adolescente é de revolta", conta ela.
A linha do tratamento vai depender da estrutura emocional de cada paciente. "Tem uns que falam e nos ajudam bastante, descreve o ocorrido; outros são retraídos, e o trabalho é mais demorado, depende muito da estrutura emocional da vítima. Existem vários momentos de silêncio na sessão, pois a gente entende que o silêncio também produz algum tipo de significado", conta a psicóloga.
Superação
A superação da vítima é percebida pelos familiares e pelos profissionais que a acompanham. "Ele costuma dar sinais de que está bem, começam a melhorar a auto-estima, falam mais, conseguem expressar melhor o seus sentimentos, isso são sinais de que ele já estar esquecendo um pouco do que aconteceu", conta Magna.
"O trabalho é muito doloroso devido à temática, mas é gratificante ver uma vítima se recuperar de um fato tão traumático na sua vida", declara Suzanne. O desligamento da vítima só se dá quando a equipe técnica, a família e o paciente avaliam a situação.
Informações
Para que as famílias não encontrem dificuldades em fazer o tratamento, o Creas disponibiliza o cartão corporativo de vale transporte, para que não encontrem nenhum obstáculo de chegar ao serviço. Mais informações do atendimento podem ser obtidas pelo telefone 3179-3470.

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