Greves testam habilidade do governador

Na metade do primeiro ano de seu mandato, o governador precisa provar que sabe manter diálogo, já que seis categorias estão mobilizadas


Geraldo Tavares/DC
Embora a Justiça tenha decretado a ilegalidade da greve, professores mantêm a mobilização pelo piso
ANA ROSA FAGUNDES
Da Reportagem

Com seis meses de mandato, o governador Silval Barbosa (PMDB) já enfrenta greve ou mobilizações em seis categorias de servidores, naquela que pode ser considerada a primeira crise de seu governo. Servidores da Secretaria de Meio Ambiente, da Empaer, professores e médicos dos Hospitais Regionais estão em greve. Os investigadores de polícia e agentes prisionais têm feito mobilizações e ameaçam parar.

Os sindicatos dessas categorias decidiram por deflagrar greve no mesmo período. Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual José Riva (PP), apesar de reconhecer que as greves causam desconforto, não considera o momento como crise e defende o governador Silval Barbosa.

“Os servidores querem e brigam por uma reestruturação que não foi feita em governos anteriores e Silval tem que administrar isso agora. O importante é que o governo não pode deixar de dialogar com as categorias. O ideal era ter evitado, mas como não foi possível, tem que fazer a negociação. Porém de maneira nenhuma podemos atribuir culpa ao governador”, disse José Riva.

Os médicos dos hospitais regionais estão há mais tempo em greve, desde que foi anunciada a decisão do governo estadual de terceirizar o serviço em hospitais do Estado, com a implantação de Organizações Sociais de Saúde (OSS). Como previsto em lei, eles estão trabalhando com 30% do efetivo. No entanto, essa greve já perdeu “força”. A implantação de OSS pelo governo já está sendo realizada.

A greve que causa maior incômodo no momento é a dos professores, que pedem um piso salarial de R$ 1.312. Todos estão parados, montaram acampamento da avenida do CPA e, querendo ou não, é uma greve visível, já que milhares de estudantes estão sem aula. Mesmo com uma decisão da Justiça determinando que os professores retornem à sala de aula, a greve não terminou. O sindicato vai recorrer dessa decisão.

Por mais que incomodem e tenham sua importância social, as outras secretarias como a de Meio Ambiente e Empaer são mais técnicas, em que o trabalho não fica na vitrine, como no caso da Educação e Saúde.

O cientista político Manoel Motta afirma que essa sequência de greve é um indicativo de uma crise, porém mais econômica do que política, mas que vai deixar conseqüências. “Greves sempre deixam problemas, mesmo que não dê para mensurar agora”, afirmou.

Para ele, esse é um momento do governador mostrar a desenvoltura política para contornar a situação. “O governador deve mostrar habilidade e força. Ele tem experiência, base aliada forte, e vai conseguir superar essa situação de início de governo”, avalia Motta.

Para o professor, a melhor saída para o governo e os sindicatos, até para que nenhum lado saia demonizado da situação, é a conversa e consenso. “O argumento de que não tem dinheiro não pode ser utilizado como argumento político, não serve para o setor sindical. Por isso é preciso sentar à mesa e falar em propostas reais”, considerou. 

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