Advogado acusado de pedofilia presta depoimento na DPCA

Por Valquíria Ferreira*

O advogado Airton José Sousa, de 46 anos, acusado de abusar um adolescente, prestou depoimento na tarde de ontem, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na Beira-Mar. O suspeito estava na companhia de dois advogados, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), Erivelton Lago e Ricardo Azoubel.

O depoimento foi concedido à delegada Igliana de Freitas, durante toda à tarde de ontem. No entanto, o teor da conversa não foi revelado à imprensa.

Airton é suspeito de estuprar um garoto de 14 anos, no ano de 2010. Em depoimento, na DPCA, a vítima contou que, no ano passado, veio passar as férias na casa do advogado. E que, certo dia, foi chamado pelo acusado até seu escritório, com a desculpa de que havia um problema no computador. “Ele fechou a porta, me mostrou um vídeo pornô, mas saí correndo. Outro dia, Airton me chamou novamente, com a mesma desculpa; nessa ocasião, fui violentado”, revelou a vítima.

Airton José Sousa foi preso na noite de sexta-feira (23), em um parque de diversões, no Bairro do Calhau, sob acusação de pedofilia. Ele foi capturado em virtude de um mandado de prisão preventiva, expedido pela juíza titular da 11ª Vara Criminal, Rosária de Fátima Almeida Duarte, a pedido da DPCA. O advogado continua preso, e está à disposição da Justiça no Quartel do Corpo de Bombeiros, no Bacanga.

Ameaça à imprensa – Durante a permanência da reportagem do Jornal Pequeno e de outros órgãos de imprensa, na DPCA, os advogados Erivelton Lago e Ricardo Azoubel exigiram que Airton Sousa não fosse fotografado, pois se isso acontecesse os meios de comunicação poderiam ser prejudicados. O advogado Erivelton Lago chegou a tentar intimidar os repórteres, filmando os profissionais com o seu celular.

A dupla de advogados acompanha Airton Sousa desde à sua prisão, na noite de sexta-feira, quando impediram que ele fosse levado para o Presídio São Luís, mesmo para ficar em cela especial. Ontem, eles contaram à equipe do JP que não são advogados de defesa do acusado e que estão como representantes da OAB-MA para tentar garantir que as prerrogativas do acusado sejam respeitadas e que a imagem dele não seja denegrida perante seus clientes.

A atitude dos advogados, em tentarem dificultar o trabalho da imprensa, foi comunicada à assessoria de comunicação da OAB-MA, pela redação do Pequeno. E foi dada a garantia de que o fato iria ser repassado ao presidente da Ordem, Mário Macieira, para que sejam tomadas as providências que o caso requer.

(*Com Wellington Rabello)