Ao realizar um balanço de seus quase oito anos de mandato, nesta quarta-feira (4), o senador Magno Malta (PR-ES) lembrou que uma de suas primeiras missões no cargo foi relatar na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) o projeto de Lei da Câmara (PLC) 88/03, que redefiniu a classificação das organizações religiosas e partidos políticos no novo Código Civil (Lei 10.406/2002). A medida dispensou essas entidades do cumprimento de exigências impostas pela nova legislação.
Com o novo Código Civil as organizações religiosas tinham passado a ser classificadas como associações e, por isso, ganharam obrigações que não tinham até então, como a necessidade de realização de assembléia geral para a eleição e afastamento de administradores, aprovação de contas e reforma de estatuto. "Se meu mandato se resumisse a essa ação eu já teria ficado satisfeito", comentou Magno Malta.
- No início do meu mandato o Espírito Santo vivia devendo aos servidores e estava chegando ao limiar de uma quebradeira. O estado estava desacreditado após 14 anos sob o comando do crime organizado. O presidente Lula, de olhos fechados, comprou a ideia de pagar os royalties do petróleo. O governo do estado fez o seu dever de casa e a bancada federal, da qual eu era o coordenador, também fez sua parte, e o presidente, ao determinar o pagamento dos royalties, deu o pontapé para o estado se reequilibrar - lembrou Magno Malta.
O senador também informou que 200 mil famílias em território capixaba são beneficiárias do programa Bolsa Família e defendeu a proposta de que menores que cometerem crimes hediondos percam a menoridade, independentemente da idade, para responderem pelos atos praticados.
Por fim, Magno Malta destacou o trabalho que desempenhou como presidente da CPI da Pedofilia.
- Nos últimos seis anos subi na tribuna para falar dessa desgraça que campeia no seio da sociedade brasileira. Naquela época ninguém sabia o tamanho que esse monstro tinha. Era mais fácil colocar o crime na conta dos caminhoneiros. Da tribuna me tornei delegado do mundo. Se a CPI teve um mérito foi o de ter acordado a sociedade para o problema que é a pedofilia - comentou Magno Malta.
Nos dois anos e meio de funcionamento da CPI, registrou Magno Malta, tomou-se conhecimento de que no Brasil há hoje mais abusadores de crianças do que usuários de drogas. Ele estimou que o país esteja entre os três primeiros no mundo em casos de abuso de crianças. A pedofilia, de acordo com o senador, movimenta mais de US$ 3 bilhões por ano.
Magno Malta também reforçou sua disposição de continuar lutando pela rejeição da emenda que redistribui os royalties do petróleo de forma igual a todos os estados e municípios brasileiros. Ele classificou de eleitoreira a decisão tomada pelos senadores no final do primeiro semestre. Os senadores Paulo Paim (PT-RS), Jayme Campos (DEM-MT) e José Nery (PSOL-PA) ofereceram aparte ao colega senador.
Roberto Homem / Agência Senado
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