Abicalil articulou o "Dossiê dos Aloprados", diz "Veja"

  • Ex-deputado deu ideia para fraude; ele deve ser nomeado nº 2 da ministra Ideli Salvati


  • Agência Senado 

    Carlos Abicalil e Ideli Salvati: afinidades vão muito além da filiação ao PT

    ANTONIO DE SOUZA
    DA REDAÇÃO
    Atual secretário do Ministério da Educação, o ex-deputado federal por Mato Grosso, Carlos Abicalil (PT), foi quem teve a ideia de envolver o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com empresários corruptos que tentariam dar veracidade à farsa denominada "Dossiê dos Aloprados".

    A trapaça eleitoral visava a envolver o tucano, então candidato a presidente da República, em 2006, num esquema de fraudes no Ministério da Saúde, a denominada "Máfia das Sanguessugas", que comercializava ambulâncias com prefeituras com valores superfaturados.

    A revelação é da revista Veja, que começou a circular no sábado (25) e que aponta que as novas revelações sobre o dossiê já "contaminam" o Governo Dilma Rousseff.

    "A ministra Ideli Salvati (Relações Institucionais) é mais uma figura importante do partido a ingressar no rol dos aloprados", diz a reportagem.

    "Em outra coincidência daquelas que parecem perseguir os petistas, na semana passada, o ex-deputado Carlos Abicalil, chefe do partido em Mato Grosso e atual secretário do Ministério da Educação, foi convidado a trocar de cargo, numa espécie de promoção. Destino: ser justamente o número dois do ministério de Ideli Salvati. As revelações de Expedido Veloso mostram que Abicalil e Ideli têm afinidades que vão muito além da filiação partidária. Ele foi autor da ideia de envolver Serra com empresários golpistas de seu Estado. Ele atuou na articulação e divulgação da farsa", afirma Veja.

    A reportagem lembra que o ex-deputado e provável "vice-ministro" também esteve na linha de frente de outra armação: o complô que detonou a campanha de uma colega de partido, a ex-senadora Serys Slhessarenko, e do tucano Antero Paes de Barros, "uma fraude anterior e similar ao que se pretendia fazer em São Paulo".

    Maggi e os R$ 2 milhões
    A revista lembra que, conforme revelação de Expedito Veloso, o hoje senador Blairo Maggi (PR) pagou R$ 2 milhões para viabilizar a "farsa mato-grossense". Veloso é ex-diretor de gestão de riscos do Banco do Brasil e foi encarregado pela cúpula do PT de analisar os documentos usados na fraude.

    Depois, arrependido pelo fato de o esquema não ter poupado colegas de partido, revelou à própria Veja detalhes do caso em conversas gravadas.

    Em entrevista, o ex-senador Antero Paes de Barros observou que o ex-deputado Carlos Abicalil e a ministra Ideli Salvati "sempre estiveram ao lado de corruptos, como os acusados do Mensalão".

    O tucano revelou que vai ingressar com uma representação no Conselho de Ética do Senado contra Blairo Maggi.

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