A cada 24h, oito casos de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes são registrados no Pará. A média, identificada diariamente pelos serviços de coleta de denúncias do projeto Pro Paz Integrado, elevou as estatísticas à marca de 1.128 notificações apenas no primeiro semestre deste ano no Estado. No mesmo período de 2011, os casos registrados não passaram de 554.
Segundo a coordenadora e representante da Universidade Federal do Pará (UFPA) no comitê gestor do Pro Paz, Izabela Jatene, o aumento percebido no número de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes não significa, necessariamente, que mais crimes desse tipo estejam acontecendo. Para ela, mais do que um aumento nos casos, o que se percebeu foi o crescimento do número de denúncias e da procura por atendimentos nos três postos do programa.
“A violência sexual e a pedofilia são históricas na sociedade. O que se tem que fazer é ampliar o atendimento”, afirmou, ao contextualizar os dados apresentados. “Foram realizados 1.128 atendimentos de janeiro a junho deste ano. É um aumento? Pode ser, mas também temos três unidades atuando agora, enquanto em 2011 só tínhamos uma”.
Segundo ela, a ampliação de postos de atendimento de um para três também contribuiu para o aumento da média de atendimentos diários, já que, segundo Izabela, há oito anos apenas quatro casos eram registrados por dia no Estado. “Quando o Pro Paz Integrado foi inaugurado, em novembro de 2004, a média era de quatro casos por dia. Hoje, a média dobrou”, destacou. “O aumento, na realidade, é das denúncias e da chegada ao atendimento, que aumentou em 104%”.
Segundo o levantamento apresentado ontem no Centro Integrado de Governo (CIG), a maioria dos casos registrados ainda acontece contra crianças e adolescentes do sexo feminino, que têm entre 12 e 14 anos, se levado em consideração o recorte realizado entre sete faixas etárias.
VÍTIMAS
Em 2012, foram observados 908 casos de violência sexual contra meninas e 220 contra meninos. Indicativo que acompanha a tendência do mesmo período do ano passado, quando 84% das crianças vítimas eram do sexo feminino. “Por sua condição de gênero, a mulher sofre mais essa condição do abuso e da exploração”.
Apesar disso, a junção das demais faixas etárias, que vão de 0 a 11 anos, representa 51% do total de casos registrados. Indicativo que demonstra a necessidade de maior atuação nas séries iniciais. “Os números vêm mostrando que vem aumentando os casos de 0 a 8 anos, daí a necessidade de capacitação dos professores. Nosso maior desafio é a prevenção que é feita através de projetos como o Pro Paz na escola e Pro Paz cidadania”, afirma. “Muitos casos podem ser percebidos dentro de sala de aula, por isso, estamos num processo de capacitação de professores”.
Presente na coletiva que também firmou uma parceria entre o Pro Paz e a Fundação Telefônica Vivo para o envio de 200 mil mensagens (SMS) para clientes da Vivo com a frase ‘O Pará luta contra a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes. Denuncie esse crime: Disque 100’, o diretor regional Norte da Telefônica Vivo, Maurício Santos, destacou a importância da atuação das empresas em causas como o combate à violência sexual contra crianças. “Fizemos uma pergunta de como poderíamos contribuir para esse projeto tão bem sucedido e encontramos essa”.
“O torpedo é utilizado pela grande rede de pedofilia. Imagine se esse pedófilo recebe essa mensagem, a primeira coisa que ia pensar é: ‘alguém está de olho em mim’”, justificou Izabela.
(Diário do Pará)
0 Comments:
Postar um comentário
Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com