Denunciar todas as formas de violência contra a mulher. Este foi o principal objetivo da panfletagem realizada na tarde desta quinta-feira (1/12) por representantes de sindicatos e movimento sociais de Salvador. A mobilização, realizada na Praça da Piedade, no Centro, é parte das manifestações dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, que acontece no Brasil e mais 169 países.
Esta campanha de conscientização sobre o tráfico de pessoas é muito importante, principalmente em um estado como a Bahia, que tem um turismo muito forte. “Aqui a maior vítima desta violência são as mulheres negras, que saem do Brasil com a ilusão de conquistarão a ascensão social e melhorarão a qualidade de vida de suas famílias, mas acabam sendo enganadas, exploradas sexualmente e muitas vezes não conseguem se quer voltar para casa. Então, combater o tráfico de pessoas é combater a prostituição, uma das formas de violência que atinge as mulheres”, afirmou a coordenadora da UBM na Bahia, Daniele Souza.
Mobilização nacional
A panfletagem na Bahia é parte de uma ação nacional do Fórum das Centrais, que escolheu o dia 1º de dezembro para realizar atividades e chamar a atenção para a questão da violência contra a mulher em todo o país. De acordo com a secretária de Mulher da CTB Bahia e organizadora do evento, Rosa de Souza, o combate à violência representa um grande desafio para a mulher brasileira, que apesar de contar com uma legislação que pune o agressor, como a Lei Maria da Penha, ainda vê a violência doméstica crescendo de forma absurda. “A sociedade precisa reagir contra isso, já conquistamos muitos avanços, como as Deams e as políticas públicas de gênero, mas ainda não é o bastante”, ressaltou Rosa.
Para a diretora da FABS Ivonete Bispo os 16 dias de ativismo tem um papel importante para a luta das mulheres. “Eu acho que todas as mulheres deveriam estar envolvidas nesta luta diariamente, pois todo dia é dia de combater a violência contra a mulher. Os 16 dias de ativismo são importantes, pois anima você a ir para as ruas e passar a mensagem para as outras mulheres. Muitas têm medo até de pegar um panfleto para se informar, como aconteceu hoje”, acrescenta.
No trabalho e na rua
Não é apenas em casa que as mulheres sofrem violência, mas também nas ruas e no local de trabalho, onde sofrem uma das piores formas de agressão: a discriminação. “As mulheres sofrem com esta violência nos locais de trabalho e mesmo ocupando o mesmo cargo acabam ganhando um salário menor que os homens. Isso é pior ainda no caso das mulheres negras. Nossa campanha é também contra esta forma de violência. Eu vejo os 16 dias de ativismo como uma vitória para homens e mulheres, pois todos perdem com a violência”, lembrou a dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valéria Possadagua.
Palestras, seminários e eventos sobre o tema são utilizados com muita freqüência pelos sindicatos no enfrentamento à violência. “Na construção civil, as mulheres enfrentam muitas formas de violência, por isso o nosso Sindicato tem realizado seminários para conscientizar não apenas as mulheres, mas também os homens para a gravidade do problema”, afirmou Sonia Silva, diretora do Sindicato da Construção Civil.
Esta também é a principal forma que o Sindicato dos Comerciários de Salvador encontrou para tentar conscientizar a sua base sobre a necessidade de combater a violência contra as mulheres. “Nós procuramos levar o máximo de informação à categoria comerciária em relação ao combate á violência contra a mulher, já que esta é uma categoria que tem 52% de mulheres. Só este ano, já fizemos cinco palestras com as delegadas da Delegacia da Mulher, pois nós entendemos que uma sociedade melhor se faz com informação”, concluiu Cherry Almeida, diretora dos Comerciários.
De Salvador,
Eliane Costa
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