José Trindade
Redação 24 Horas News
Pepe, de 19 anos mudou do bairro Dom Aquino, em Cuiabá. Zinho, do Araés, de 16 anos. Sílvio do Poção, de 18 anos. Isaias de 28 anos, do São Matheus, em Várzea Grande (Grande Cuiabá). Inácio de 24 anos, do Figueirinha, também em Várzea Grande e a Kelém, (todos nomes fictícios) de 19 anos, do Tijucal. Todos tiveram que fugir às pressas de suas comunidades ao tomarem conhecimento de que estavam na “Lista da Morte” A Polícia Militar desconhece a ”lista”, pois apenas um vereador da Capital está incluído na relação de proteção policial.
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As mudanças de endereços acontecem na maioria das vezes durante à noite, assim que um marcado recebe o que todos classificam como “ultimato”. Ou paga o que deve ou vai aparecer com a boca cheia de formiga. Muitos, no entanto, ou não ligam para as ameaças ou não tem tempo de fugir da comunidade.
O ex-menino de rua Carlos, de 35 anos, do Cristo Rei, em Várzea Grande, que já trabalhou para o tráfico de drogas, mas hoje é apenas um usuário de maconha e pasta base. Carlos está sempre em fuga pelas constantes ameaças de morte. Ele lembra da morte do garoto Bruno, que morava no bairro vizinho ao dele.
24 Horas News pesquisou em seus arquivos policiais e encontrou o que Carlos lembrou. Antes de morrer, Bruno, que também estava na “Lista da Morte” ainda chegou a ser parado por uma viatura da Polícia Militar.
O garoto Bruno Galdino de Magalhães, de apenas 15 anos não teve tempo de fugir. Ele foi executado no início deste ano no bairro Construmat, em Várzea Grande com vários tiros numa noite de muita chuva.
O pequeno Bruno ainda tentou correr, mas exterminadores até hoje não identificados pela Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), o atingiram com pelo menos seis tiros. Bruno foi a sexta vítima de assassinato do mês de fevereiro deste ano.
Jean Cleber Ramos da Costa, de 20 anos, também era usuário de drogas e costumava praticar pequenos furtos, segundo amigos dele. Jean, no entanto, também já estava entrando para o mundo dos roubos (assaltos à mão armada. Não foi muito longe.
Jean Cleber que estava na lista dos marcados para morrer por conta de dívidas com traficantes e teve sua carreira de usuário de drogas: crack, maconha e cocaína encerrada na madrugada de dez de março deste ano.
Pistoleiros até hoje desconhecidos da Polícia invadiram um barraco humildes no final de uma rua sem saída do Jardim Potiguar, em Várzea Grande e a relação de Jean com traficantes estava definitivamente encerrada.
O meia da Rua da saudade, no bairro Carumbé, em Cuiabá, ficou manchada de sangue. Weigan Neves Amorim, de 26 anos levou dois tiros na cabeça e morreu na hora. Fim de carreira como usuário de drogas.
Weigan vinha sendo ameaçado de morte a mais de um mês. Saiu do bairro Carumbé, mas ao voltar pessando que os traficantes haviam perdoado sua dívida não teve tempo de fugir de novo. Weigan foi a 22ª vítima do mês de marçod este amo.
Uma mulher conhecida apenas como “Sandrinha” - ele não possuía documentos -, e Luiz Carlos Oliveira foram executados com vários tiros, a maioria na cabeça. O duplo homicídio aconteceu no “Beco da Lama”, no bairro do Porto, em Cuiabá.
“Sandrinha” e Luiz Carlos, segundo a própria Polícia, eram usuários de drogas. Os dois, segundo a reportagem apurou, estavam na “Lista da Morte” de traficantes do bairro do Porto.
Com três homicídios pelas costas, crimes cometidos quando ainda trabalhava para traficantes do bairro Pedregal, em Cuiabá, Gilberto Cruz de Jesus, o “Negão”, de 33 anos, usuário de drogas também não teve uma carreira muito longa. Logo após sair do presídio foi executado com vários tiros.
O sangue de Gilberto manchou a Rua Formosa, paralela à Avenida dos Trabalhadores onde ele tombou morto. Marcado para morrer, Negão. Apontado pela comunidade como um ex-exterminador, morreu como viveu: matando.
Outro marcado para morrer e que não teve como escapar foi Valdir Oliveira da Silva, de 35 anos. Ele foi executado com quatro tiros, dois na cabeça sentado em uma cadeira em frente à casa dele, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.
“Conhece vários amigos meus que tiveram que fugir às presas para não morrer. Assim como eu estou fazendo agora. Alguns saíram até de Cuiabá. Não para onde foram, mas sei que nunca mais eu os vi. Tive que deixar o Tijucal porque não tinha dinheiro para pagar uma dívida de 300 paus. E olha que eu já trabalhei para o tráfico, só que eles não perdoa”, testemunha Kelém, de 16 anos, localizada pela reportagem em outro bairro.
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