Não se sabe se as novas revelações sobre o escândalo dos aloprados levarão à reabertura, como quer a oposição, das investigações sobre a tentativa de petistas de comprar um dossiê contra o ex-candidato ao governo José Serra na campanha de 2006.
Mas um personagem secundário da história, o ex-deputado federal e hoje secretário do Ministério da Educação Carlos Abicalil (MT), deve ter frustrada sua nomeação como secretário-executivo da pasta de Relações Institucionais.
Na edição desta semana, a revista "Veja" implica a ministra Ideli Salvatti na história, ao narrar uma reunião em seu gabinete no Senado em que teriam sido traçados os planos para prejudicar Serra e manuseados papeis que integrariam o suposto dossiê.
A ex-senadora Serys Slhessarenko (MT), inimiga política de Abicalil, disse em entrevista ao repórter Rubens Valente, na Folha, que os petistas queriam, sim, comprar um dossiê contra Serra. E implicou seu correligionário na história.
Ideli já havia convidado Abicalil para o segundo posto em seu ministério. Os dois se aproximaram na época da CPI dos Correios, quando o então deputado era uma espécie de pau para toda obra da senadora na blindagem do governo e do PT.
Depois atuaram juntos em outras operações do gênero, como a CPI dos Cartões Corporativos.
A ida do ex-deputado para o ministério num momento em que a ministra ainda tenta se firmar na coordenação política seria, dizem aliados, um tiro no pé. "A Ideli passaria a só responder pelos aloprados", raciocina um senador.
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