Fui informado pelo ministro Carlos Lupi que havia acontecido uma mudança de rumo aqui no ES’

Renata Oliveira


Foto capa: Nerter Samora



"A política não é uma ciência, como supõe a maioria dos senhores, mas uma arte".

(Otto Von Bismarck)





Fotos: Nerter Samora

O prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), foi um dos maiores incentivadores da candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) à sucessão de Paulo Hartung e também um dos responsáveis pela viabilização do projeto do peemedebista na Grande Vitória. Também estava cotado como possível sucessor do projeto, em 2014.



Surpreendido pela mudança na cabeça de chapa do governo, com a ida de Ferraço para a disputa ao Senado e a entrada de Renato Casagrande (PSB) na corrida sucessória, ele cuida agora da ampliação da votação da mulher, Sueli Vidigal, na disputa à reeleição para a Câmara dos Deputados.



Em entrevista a Século Diário, Vidigal fala sobre o processo de consolidação das forças políticas em torno da candidatura de Ricardo Ferraço, a desarrumação causada pela mudança na chapa palaciana e de seu papel em um cenário pós-Paulo Hartung.



Confiante na mudança de postura da classe política no próximo governo, faz um prognóstico sobre as figuras políticas que podem se despontar a partir do próximo ano. Confira a entrevista de Sergio Vidigal, concedida aos repórteres Rogério Medeiros e Renata Oliveira.







Século Diário: – O senhor é candidato a governador em 2014?



Sérgio Vidigal: – Não, nós estamos apoiando a candidatura de Renato Casagrande. Evidentemente que o Renato Casagrande, em sendo eleito, tem todo o direito de disputar a reeleição, e se o PDT estiver participando do governo, nós entenderemos a decisão de acompanhar a decisão do Renato.



- Mas qual a intenção do PDT? Qual o futuro do PDT?



- Se eu falar para você que os partidos políticos e os agentes políticos não têm projetos, estaria mentindo. Nós tivemos uma experiência na eleição de 2006 e observamos que uma dificuldade que tivemos na eleição de governador foi a falta de capital político pelo PDT no Estado. O nosso projeto número um, agora, é ampliar o número de deputados estaduais, deputados federais e posteriormente trabalhar para uma ampliação do número de prefeitos pelo Espírito Santo. A partir daí entendemos que o partido passa a ter mais capital e se habilita mais para um pleito majoritário, que pode ser a eleição de governador ou senador.



- Mas o prefeito não sente que foi preterido na hora em que se trocou o candidato a governador? Não só por sua proximidade com Ricardo Ferraço (PMDB), como também porque havia o entendimento de que Ricardo seria governador por apenas quatro anos? A fila não foi furada?



- No primeiro momento eu não posso negar que, além da minha amizade e do carinho pelo Ricardo, a expectativa de o Ricardo assumir em 2010 para não ser candidato à reeleição foi um atrativo, não só para mim, acredito, mas para todos aqueles que estavam no projeto: eu, o prefeito de Vitória, João Coser... não é? Agora, mesmo quando o governador não saiu do governo e o Ricardo manteve a candidatura ao governo, nós continuamos com o projeto de apoio ao Ricardo. Eu não sei qual foi a maior motivação do governador de não ser candidato, e da decisão do Ricardo de mudar o rumo dele. Uma coisa é certa: a mudança de rumo de Ricardo deu uma desarrumada no debate que estava sendo feito anteriormente. Porque o Ricardo não fez uma recomposição conversando com os aliados. Ele fez uma recomposição unilateral. Não participamos da recomposição do Ricardo quando ele se colocou como candidato ao Senado e compondo com o Renato como candidato ao governo.



- Na época, o prefeito foi quem mais sentiu o golpe, não é?



- O golpe que eu senti não foi o de desarrumar a fila, porque nós já tínhamos a convicção de que o Ricardo, em sendo eleito, poderia ser candidato à reeleição. Foi muito mais pela participação ativa que eu estava tendo no projeto. Quando o Ricardo me chamou para fazer uma composição, ele me fez um pleito de que ele precisava se viabilizar na região metropolitana...



- Isso em 2008?



- Isso em 2008 para 2009. Logo após o pleito de prefeito, ele me procurou e disse que precisava se viabilizar na região metropolitana para ser um candidato a governador... ele estava se colocando como um pré-candidato naquele momento. E eu me coloquei à disposição para que pudesse contribuir com o Ricardo, evidentemente, dentro do território da Serra. Ele também buscou o prefeito de Vitória, o prefeito de Vila Velha, o prefeito de Cariacica, para tentar viabilizar o seu nome na região metropolitana. Então, nesse primeiro momento eu não sentei para discutir ou para compor absolutamente nada. Eu entrei no processo de um amigo que me convidou, que queria se viabilizar, e eu, como tinha sido deputado estadual com ele (ele foi nosso presidente em 1995 e 1996)... então, eu tinha uma boa relação com ele. E também não posso esquecer que em 96, quando eu fui candidato a prefeito da Serra, o Ricardo, como presidente da Assembleia, se posicionou favorável à minha eleição... então eu entendi que seria um bom momento de retribuir, de ser grato por aquilo que o Ricardo fez lá atrás. Lógico que o projeto da mudança do Ricardo foi um projeto que nos pegou a todos de surpresa. Só para você ter uma ideia, não foi o Ricardo que me informou sobre a mudança de rumo, eu fui informado pelo ministro Lupi (Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego), que havia tido uma mudança de rumo aqui no Espírito Santo e que Renato passou a ser o candidato. A prova de que nós estávamos envolvidos no projeto é que nós trabalhamos o tempo todo para trazer o Renato para o grupo. Fomos até o Renato levar o pleito da outra vaga ao Senado para o PSB indicar. Lá atrás eu tinha conversado com o PT que seria de bom tom que não pudesse indicar a vice, como moeda de troca para trazer o Renato para a composição, porque entendia que o Renato era um fator de desequilíbrio do processo eleitoral de 2010.



- Mas os ventos estão soprando para o seu lado. Um de seus grandes aliados, o senador Magno Malta, está muito bem na disputa ao Senado.



- É chover no molhado falar de Magno, porque todos vocês conhecem o meu carinho e admiração pelo Magno. Ele não é um companheiro político, é um amigo. E quando entramos no processo do Ricardo, a única exigência que eu fiz foi a entrada do Magno na composição oficial, naquela expectativa de que, se o governador fosse candidato a senador, nós queríamos que a segunda vaga fosse do Magno, porque a gente tinha a convicção de que o Magno era e é um candidato totalmente viável. Até porque o Magno tem trabalho, tem um bom desempenho em seu mandato no Senado, levanta com muita maestria a bandeira do combate à pedofilia. Então a gente tinha a convicção de que ele era viável e também sabia que tinha todo um movimento de isolamento do Magno.



- Sobre este isolamento, houve um momento em que se falou muito a respeito desta tentativa de desidratar a candidatura do senador. As conversas eram de que o governador não subiria no palanque do senador... posteriormente houve a conversa de uma candidatura clandestina entre Ricardo Ferraço e Rita Camata para desidratar a candidatura dele. Mesmo assim ele continua na frente da disputa ao Senado. Como o senhor avalia o desempenho dele?



- O Mágno tem uma coisa que os políticos têm que aprender a respeitar, porque uma coisa é o que eu gostaria que fosse, outra coisa é o que a população quer que seja. O Magno, nesta disputa ao Senado, é o dono do primeiro voto.



- Que arranca no gogó...



- É. E ele tem um trabalho que é muito pessoal. Poucos políticos conseguiriam esta façanha de conseguir, sem fazer grandes alianças, como é o caso do Magno, chegar aonde ele chegou e aonde ele vai chegar com sua reeleição. O movimento foi claro em relação ao Magno, de isolamento, de tentar desqualificar o Magno. Só para se ter uma ideia, o próprio Guerino Balestrassi, eu cheguei a convidá-lo para ir para o PDT, porque eu queria dar a candidatura de deputado federal para o Guerino Balestrassi, até porque eu acho que seria um belo nome para o Congresso.



- Foi quando isso? Depois da eleição em Colatina?



- Foi logo depois que ele saiu da prefeitura, eu o procurei, só que ele me disse que a vontade dele era de ser candidato ou a governador ou a vice ou a suplente de senador... foi o que ele me disse em um primeiro momento. Eu falei para ele que, como governador, nós não podíamos porque tínhamos o compromisso do apoio ao Ricardo Ferraço. Depois ele foi para o PMDB, não entendi muito bem. Eu até fui para o evento da filiação dele ao PMDB, mas não entrou no PMDB. Posteriormente, quando ele estava para migrar para o PV, eu liguei para ele novamente e chamei para ingressar no PDT, porque no PDT o pleito de ser suplente de senador ou de vice-governador poderíamos colocar na mesa. Ele disse, então, que era candidato a senador. Eu disse que não teria o menor problema, que daria a vaga desde que a nossa chapa fosse Magno e Guerino Balestrassi. Aí ele disse que tinha um compromisso com o Paulo Hartung e eu disse que então não poderia fazer absolutamente nada. Eu já cheguei a dizer ao governador em uma determinada época que o meu candidato número um para senador era Magno Malta. Eu só não tinha definido o segundo candidato, mas o primeiro voto era para Magno Malta.



- Até então não se tinha esse cenário do governador fora da disputa ao Senado.



- Não se tinha. Até então se tinha a expectativa de que o governador iria disputar a eleição.



- Agora, quando em um momento o Neucimar, como presidente do PR, ameaçou ir para o lado do Hartung, o Magno reagiu porque tinha um compromisso com o senhor.



- Isso em 2006.



- Na hora que vai para lá.



- Ah! Sim.



- Há um quadro em que eles quase se separam por causa disso. Porque o Magno entendia que estava abandonando a aliança com o senhor para ir para o grupo do Paulo e aí o Neucimar recuou e manteve a aliança com o seu grupo. Como Magno não tem nenhuma pretensão de ser candidato a governador, ele é um grande trunfo seu?



- O Mágno já era trunfo meu em 2006. Infelizmente ele foi surpreendido por aquele processo que tentaram imputar nele naquela época, e aí eu não pude ter o privilégio de ter o Magno comigo em 2006, mas entendemos que o Magno continua sendo um grande trunfo e um grande parceiro nesta composição política, que não é atrelada diretamente ao governador Paulo Hartung.



- Agora o senhor está se armando mais do que nunca contra o Paulo Hartung, nas proporcionais. O governador está entregando tratores Estado afora, e fazendo campanha para o candidato dele, Lelo Coimbra, e você está pedindo votos para a sua companheira. Vocês estão competindo para ver quem chega na frente?



- Não, não. Para os partidos políticos, o que tem mais valor, infelizmente, são os deputados federais, porque isso conta para o fundo partidário, para tempo de televisão, na hora de ocupar um ministério, porque não basta a competência do sujeito, o que vale é o tamanho da bancada, do quantitativo parlamentar que este partido tem. Então nós tínhamos o compromisso com a nacional de trabalhar a ampliação do PDT, a ampliação dos quadros do PDT. Primeiro porque o PDT, em 2006, apesar de não sermos bem sucedidos na eleição majoritária, nós fizemos 20% da bancada capixaba.



- E podem fazer outra vez.



- Nós temos tudo para fazer outra vez. Na pior das hipóteses, fazer 20% outra vez. Então, o nosso objetivo no primeiro momento era garantir ou aumentar a representatividade do PDT. Isto é uma prioridade do partido, então, lógico que eu entendo que uma votação expressiva da Sueli pode contribuir para que possamos aumentar a votação do partido. Mas na eleição passada o Lelo Coimbra foi o mais votado para federal.



- E a Sueli em segundo...



- E a Sueli em segundo.



- Bom, mas a Sueli também projeta o seu nome em nível estadual.



- Claro. Como a Sueli tem o meu sobrenome, é minha esposa, automaticamente, naquilo que ela avança, me leva junto. Não tenho a menor dúvida disso. E no que ela me ajuda? A Sueli é uma ponte. Na política é muito complexo falar no dia de amanhã. Você pode jogar muita bola hoje, mas a seleção só é convocada de quatro em quatro anos. Se no ano da Copa a sua bola está murcha, não adianta o que você jogou antes. Então você precisa estar preparado para isso e precisa ter uma ponte. Sueli é uma ponte para mim, até para 2014, por ventura.



- Mas tem um cachorrinho mordendo o calcanhar na Serra, não tem?



- Na Serra, a candidatura do ex-prefeito, que também é candidato a deputado federal, e na política, o bom é fazer disputa mesmo.



- Mas é esta disputa que vai dar o tom das eleições na Serra, não é?



- Isto vai acabar polarizando a disputa entre a Sueli e ele.



- E como está vendo a disputa entre eles? A Sueli sai com quantos votos da Serra?



- Eu não sei fazer esta previsão.



- O cenário é diferente de 2006, não é?



- É diferente, mas também não é ruim, porque neste momento eu não sou candidato. Naquele momento eu era candidato ao governo e estava muito envolvido na minha campanha. Agora eu posso destinar mais tempo à candidatura de Sueli. A Serra tem 250 mil eleitores, é um grande colégio eleitoral. Tem espaço para todo mundo.



- Cerca de 180 mil vocês vão achar no Estado.



- Eu acho que 250 mil deve ter uns 200 mil votos válidos. Dos que migram para fora, eu acredito que a Serra deve ter 140 a 150 mil votos. No melhor das hipóteses, para ficar na Serra.



- Sueli faz isso em nível estadual, 140 mil votos.



- Quem dera!



- Ela fez 118 mil na eleição passada?!



- Eu sei, mas cada eleição é uma eleição.



- Mas ela tem visibilidade no Estado todo.



- Se Enivaldo me ajudar, acho que vai dar para chegar (risos).



- Sobre a bancada estadual. O PDT está com uma bancada bem pequena. Isso é uma vantagem ou desvantagem?



- A nossa maior desvantagem é que o PDT tinha cinco deputados estaduais. Não é qualquer partido que queira fazer coligação com quem tem cinco deputados estaduais. Isso foi um complicador em um primeiro momento. Nós poderíamos até ir para aquela composição com o PMDB, PT e o PSB, mas o que nos atrapalhou foi que eles só aceitavam que fôssemos para a coligação estadual se também fossemos para a federal, e nós não conseguíamos levar a aliança inteira para a federal. Teríamos que ir sozinhos para a federal, e aí a maioria no PDT foi contraria. Então na estadual nós temos a expectativa de eleger quatro deputados estaduais.



- Vai repetir a bancada? Não propriamente: Wolmar não... Euclério está eleito, Da Vitória está eleito, Aparecida está eleita, Marcelo Coelho está eleito. E tem aquele candidato seu, lá na Serra, que o senhor deveria ter escolhido para ser seu sucessor na prefeitura...



- É Izael, que ele está falando (risos). Sabia que ele era candidato à minha sucessão? Era ele, Audifax e Manato.



- Mas Manato não tinha condições porque não era tão próximo.



- O Izael tinha uma aproximação muito grande com o partido. Era mais ligado ao pessoal do PDT. Mas acho que vamos eleger de quatro a cinco. Depende também, porque tem alguns nomes da coligação que podem não concorrer.



- Sim, em relação a alguns candidatos do PSDC. Isso pode prejudicar um pouco.



- Sim, isso pode prejudicar a coligação.



- Mas a atual bancada, o PDT não tem controle nenhum.



- Não tivemos mesmo, não. Mas agora vamos atuar de forma diferente. Ficou um pouco complicado da vez passada porque...



- Você era o candidato a governador e eles estavam com o governador Paulo Hartung.



- Não. O mais ligado ao governo era o Wolmar.



- É, por conta da dobradinha com o Lelo Coimbra, em Cariacica. Estamos vivendo o pós-Paulo Hartung... qual é essa geração do pós-Paulo Hartung? Temos o Renato, para quem você jogou a bóia salva-vidas, na Serra...



- É, o Renato foi candidato a governador em 1998 e, naquela oportunidade, o PSB ficou muito pequeno. Onde o PSB tinha mais visibilidade era na Serra, porque a vice-prefeita, Márcia Lamas, era secretaria de Educação, era do PSB. E o meu líder na Câmara, que era o sargento Valter, era do PSB. E foi o próprio Valter que na época me falou e nós convidamos o Renato para a equipe. Ele foi secretario de Meio Ambiente e, dentro das minhas limitações, eu o ajudei a se reestruturar para reconstruir o PSB no Estado... ajudamos tanto na eleição de Lauriano Zancanela, em São Mateus, quanto na de Guerino Balestrassi, em Colatina, via o Renato. Depois o Renato se elegeu deputado federal e levou o Paulo Hartung para o PSB. Foi um momento até complicado, porque nós tínhamos o compromisso de apoiar a candidatura do Max Mauro, que estava filiado no PTB, e a gente abraçou a candidatura do Max. Aí nos separamos um pouco do PSB e aí, depois, o PSB voltou, foi meu vice, na reeleição, com o Valter e o Renato. Assim, eu acho que o Renato é um construtor de partido, não é? Renato fez bem este papel. E ele também soube aproveitar algumas parcerias. Essa mesmo, da eleição dele ao Senado, sem tirar o mérito dele, naquela composição que eles tiraram o PT da candidatura, o que foi ruim para a gente naquele momento. O governador foi lá e tirou o Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) do cenário, e por ser Max o candidato de oposição, o governador jogou todo o peso do mundo na candidatura do Renato.



- E como o senhor se vê neste pós-Paulo Hartung? Qual será o seu papel?



- Quando eu estava apoiando Ricardo, eu sempre disse que não era do grupo do Paulo Hartung, eu estava construindo um grupo pós-Paulo Hartung. Sem deméritos ao governador, é porque o momento é pós mesmo. E eu acredito que seja um cenário muito novo e até pouco previsível. Você tem algumas lideranças colocadas, mas tem outras lideranças que a partir de um mandato passarão a incorporar este cenário. Como o Max Filho. É uma liderança que, se passa a ter um mandato, vai se incorporar ao processo novamente.



- Vidigal é outro nome deste novo cenário. Ricardo seria outro?



- Eu acho que Ricardo é um nome...



- Neucimar é outro.



- Dependendo do mandato dele, pode ser uma liderança deste cenário. Coser é outro, já está no segundo mandato.



- Os quatro prefeitos da Grande Vitoria...



- Eu acho. Eu acho.



- E, do outro lado, no outro grupo. Luiz Paulo...



- Acho que, depois desse processo eleitoral, o processo de 2012 é possível que ele reagrupe outros grupos. E depois de 2012 é que vamos saber qual será o cenário para 2014, nesse reagrupamento, nos prefeitos que serão eleitos, das cidades estratégicas. Na Capital, por exemplo, o prefeito Coser não poderá ser candidato à reeleição. Ele tem que preparar alguém...



- Ou aceitar este jogo que está sendo construído...



- Ou aceitar. Cariacica da mesma forma. E tem o processo eleitoral da Serra, de Vila Velha. Esse processo eleitoral de 2012 vai clarear mais o cenário. Vai depender do desempenho da eleição de 2010 e vai depender do processo de 2012. A partir daí a gente passa a ter um cenário mais claro. Agora não teremos esta unidade que o Luiz Paulo chama de bonapartista, no processo de 2012. Não existirá.



- Não haverá esta unidade bonapartista?



- Não, eu acredito que não.



- Sim. O Renato tem direito à reeleição, mas ele surgiu em uma situação muito singular. Ele não tem estruturas, nem ligações tão diretas com este grupo que estava com o Ricardo para ser reeleito. Enquanto Coser tem com Vidigal, Vidigal com Neucimar, Neucimar com Ricardo, tira o Max Filho que sempre será oposição.



- Ou não. Dependendo de onde agrupe aí, né?



- Porque vai ser um outro cenário.



- Sim. Outro cenário.



- Mas o que quero indagar é se o Renato vai ter esta mesma capacidade de agregar que o Paulo tem hoje.



- É, mas tem um detalhe... ele terá um instrumento muito forte, que é o governo do Estado. E se ele estiver bem, vai agregar bastante. Vai depender muito do desempenho do Renato.



- Mas o modus operandi vai ser outro...



- Outro. Você terá uma outra Assembleia com candidatos de personalidade colocados aí.



- Max Mauro.



- Max Mauro. Outros aí.



- E 2014 vai ter PH?



- Pode, por que não? Nada impede que ele seja candidato... o governador Paulo Hartung. Isso dependerá muito do desempenho do Renato Casagrande. O que fez o governador Paulo Hartung virar governador, sem tirar os méritos dele, foi justamente o desempenho que antecedeu a Paulo Hartung. Porque a população usa o esquema de comparação. Nós seres humanos temos pouca capacidade de enxergar o futuro. Ficamos muito preocupados com o presente e com o passado, que não enxergamos o que vai acontecer lá na frente. Então isso vai depender muito do desempenho do Renato. Não sei se neste processo o Renato tem algum tipo de compromisso com o governador, não participei desta discussão. Mas o Renato vai ter que mostrar competência na administração e também nesta interlocução do Legislativo com o Executivo, que o governador, não quero discutir o modus operandi, mas fez com muita maestria.



- Mas, o senhor está no jogo para 2014. Será reeleito e estará no jogo.



- Se eu for eleito, eu estou no projeto para 2014, não sei para quê (risos), mas para alguma coisa eu devo estar. Porque tem vaga para tudo, de governador, senador, de vice, tem vaga para tudo aí.

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