Monitor espanca adolescente de 17 anos

Durante uma tentativa de fuga, agente foi ferido no braço com uma agulha de crochê e revidou com socos e chutes. Agora, servidor pode responder por tortura


Direção da unidade afasta servidor até a conclusão do processo investigativo
ADILSON ROSA
Da Reportagem

O agente monitor L.C.M. é acusado de ter espancado um adolescente de 17 no Centro Socioeducativo Pomeri. O garoto sofreu várias lesões pelo corpo e teve que ser medicado. O monitor, que e investigado pela direção da unidade, deverá ficar afastado até que as apurações sejam concluídas. A agressão contra internos em unidades socioeducativas configura crime de tortura, conforme a legislação brasileira.

A agressão ocorreu na quarta-feira (26) à tarde, por volta das 17 horas. O garoto tentou fugiu do local, aproveitando que a porta da cela estava aberta. Neste momento, os agentes orientadores acompanhavam o trânsito dos adolescentes da sala de aula para as celas. 



Ao ver a oportunidade, o adolescente correu para o pátio interno, sendo contido por vários agentes de plantão. Segundo nota da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, o infrator perfurou o cotovelo do agente com uma agulha de crochê na fuga.

“Na contenção, um dos agentes envolvidos na ação foi arranhado superficialmente no cotovelo pelo adolescente com uma agulha de crochê. Após o adolescente já estar imobilizado, o agente que recebeu o arranhão agiu com excessos sobre o adolescente, que precisou ser encaminhado para exame de corpo delito no Instituto de Medicina Legal”, diz a nota da Sejudh.

Segundo a Secretaria, o adolescente em questão encontra-se em tratamento de desintoxicação e frequentemente passa por crise de abstinência. Os servidores da unidade são capacitados para enfrentar crises dessa natureza, de acordo com o órgão.

“O fato chocou a Sejudh, a direção da unidade e os demais servidores da unidade que presenciaram o fato não pactuam com a prática de agressão a adolescentes”, finaliza a nota.

Segundo alguns agentes, o infrator, apesar de ser dependente químico, está cumprindo atividades socioeducativas por violência sexual contra uma criança de quatro anos. “Não podemos fornecer mais detalhes porque acaba identificando o infrator, o que é proibido”, explicou um agente.

A Superintendência informou que o afastamento deverá ocorrer até o término das apurações administrativas e criminais em curso foram abertas contra ele. 
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=414759

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