A integrante da Rede Mulher e Mídia Ana Veloso destacou, há pouco, que os meios de comunicação privados divulgam a “ideologia do patriarcado e a ideologia do embranquecimento”. Ela lembra que esses preconceitos não foram criados pela mídia, mas vêm sendo reproduzidos pelos meios de comunicação. “As mulheres ainda são tratadas prioritarimente pela mídia ou como consumidoras ou como objeto sexual”, explicou no Seminário Internacional “Regulação da Comunicação Pública”.
Ela defendeu o fortalecimento da comunicação pública e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Para ela, as empresas públicas de comunicação têm o papel de pautar a luta pelos direitos humanos, promovendo, por exemplo, o debate de gênero, de raça e de classe. De acordo com a palestrante, as políticas públicas para o setor de comunicação e o marco legal do setor têm que levar em conta essas questões. Segundo ela, deve-se garantir, por exemplo, que a imagem da mulher seja sempre veiculada com pluralidade, diversidade e sem reprodução de estereótipos. Ana Veloso defendeu ainda mais espaços de fala para as mulheres na mídia.
A palestrante manifestou ainda preocupação com a sublocação da grade de programação de emissoras de TV para a divulgação de programação religiosa, fomentando o fundamentalismo religioso. “Isso viola a Constituição, e não há nenhuma forma de debate social sobre isso”, disse. “Vivemos em um Estado laico”, complementou.
O debate ocorre no Auditório Nereu Ramos.
Continue acompanhando esta cobertura.
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