
(Foto: Reprodução/MDHC)
OMinistério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) realizou, na segunda-feira (24), a mesa de diálogo “(Re)contar trajetórias entre gerações de defensores e defensoras de Direitos Humanos no Brasil: reflexões sobre equidade de gênero e raça”, em Brasília (DF).
A atividade buscou reconhecer contribuições históricas e contemporâneas de pessoas que constroem, diariamente, a agenda de direitos humanos no país, destacando o papel das lutas sociais na promoção da igualdade, da justiça e da democracia.
A mesa de abertura contou com a presença da secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Élida Lauris, e da Ouvidora Nacional de Direitos Humanos, Denise Antônia de Paulo, que representaram o MDHC no encontro. O evento reuniu lideranças nacionais, ativistas, educadores, representantes de povos e comunidades tradicionais, influenciadores e jovens mobilizadores.
Protagonismo
Ao iniciar a conversa, a secretária Élida Lauris destacou que as trajetórias de defesa dos direitos humanos são formadas tanto pelas batalhas individuais quanto pelas características estruturais da desigualdade no Brasil.
“Todos possuímos narrativas de direitos humanos, pois sermos quem somos, um país desigual implica em experiências de dor e superação. Isso é conhecido como a trajetória dos direitos humanos”, declarou a secretária.
A secretária também reafirmou o protagonismo das mulheres negras, especialmente durante a semana da Marcha Nacional de Mulheres Negras. “Foram as mulheres negras que primeiro pautaram o bem-viver como demanda política, trazendo a reparação para o lugar que ela merece”, ressaltou.
A secretária encerrou destacando o compromisso do MDHC com agendas de transformação. “O processo de direitos humanos existe para garantir expressão, cuidado e potência. Estamos aqui para caminhar junto às defensoras e defensores de direitos humanos de todo o país”, finalizou.
A Ouvidora Nacional de Direitos Humanos, Denise Antônia de Paulo, celebrou a presença de mulheres negras defensoras de direitos humanos e destacou que a história da população negra no país foi marcada por violações e apagamentos. “A população negra nunca foi vista como detentora de direitos humanos. Estar aqui dialogando com matriarcas e defensoras é um momento rico e único”, concluiu.
Vozes diversas
Ivan Baron, um influenciador e ativista contra o capacitismo, que subiu à rampa do Palácio do Planalto durante a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacou que a batalha pelos direitos humanos também envolve a remoção de obstáculos que dificultam o acesso à justiça social.
“Direitos humanos significam o reconhecimento do direito de se deslocar sem obstáculos arquitetônicos, comportamentais ou culturais. É apreciar todas as identidades e edificar uma sociedade onde ninguém seja deixado para trás”, enfatizou ele.
Por outro lado, Clátia Vieira, coordenadora do Fórum Nacional de Mulheres Negras, apresentou a visão das mulheres negras na batalha por direitos, particularmente durante a semana da 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras e no mês de combate à violência contra as mulheres: “Para nós, mulheres negras, direitos humanos é vida e cuidado. É enfrentar a desvalorização dos nossos corpos e a negação da nossa existência como mulheres pretas”, afirmou.
A liderança jovem dos povos indígenas Fulni-ô Tapuya e Guajajara, Fêtxawewe, trouxe uma reflexão sobre direitos humanos ancorada em sua história e na luta por território. “Sempre questionei se os direitos humanos eram para nós, povos indígenas, especialmente após perder meu pai na luta pelo território. Hoje vejo que eles fazem parte da minha trajetória e do meu trabalho como educador”.
Ele reforçou que os direitos humanos reafirmam a humanidade dos povos originários: “Sem direitos humanos, nossa humanidade seria ainda mais negada. Eles dizem que nós também temos direitos sobre a terra, a vida e nosso futuro”.
Tito, de 14 anos, um jovem MC de batalhas de rima, enfatizou o papel transformador da cultura, particularmente do rap, na formação dos direitos humanos. “Direitos humanos é garantir oportunidade para todos. Estudem política, escutem rap, busquem seus direitos. O segredo de tudo é a educação”, ressaltou.






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