O promotor de justiça do Vaticano, o arcebispo Charles Scicluna, afirmou nesta quinta-feira que os abusos sexuais contra menores cometidos por eclesiásticos "não são apenas um pecado, mas um delito", e que a Igreja tem "o dever de colaborar com o estado para evitá-los".
Em declarações à "Rádio Vaticano", Scicluna explicou os objetivos do simpósio contra a pedofilia que será realizado na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma entre os dias 6 e 9 de fevereiro.
Segundo o promotor, a igreja católica pretende dar uma resposta global aos abusos contra menores cometidos em diferentes partes do mundo e "assegurar uma melhor proteção e tutela aos menores".
"A primeira coisa a ser feita é compreender bem o problema, o triste fenômeno desses abusos sexuais, para assim atuar com determinação", explicou Scicluna.
O simpósio começará com um discurso de uma vítima desses abusos, informou o promotor, que insistiu na necessidade da formação de agentes pastorais para evitar esses casos.
O arcebispo afirmou também que a igreja deve ajudar o estado para diminuir o problema. "A pedofilia é um crime e a igreja tem o dever de colaborar com o estado".
Scicluna disse ainda ao portal de internet Vatican Insider, do diário italiano La Stampa, que durante muitos anos as igrejas locais mantiveram "um clima de silêncio cúmplice" sobre esses casos.
Nos últimos anos foram denunciados centenas de casos de abusos contra menores nos Estados Unidos, Irlanda, Alemanha, Bélgica, Áustria, Itália, Austrália, Malta e Holanda, entre outros países.
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