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MT, solidário ao Mauro Mendes
Edilson Almeida | Redação 24 Horas News
O eleitor de Cuiabá decidiu que o empresário Mauro Mendes, do PSB, terá a responsabilidade de administrar a cidade pelos próximos 4 anos. Com 168 votos, ele venceu a disputa, em segundo turno, contra Lúdio Cabral, do Partido dos Trabalhadores, em aliança com o PMDB. A disputa não chegou a ser emocionante como se esperava: Mendes largou na frente nas primeiras três urnas apuradas e manteve a vantagem segura. A diferença de 9 pontos percentuais, em torno de 28 mil votos, em favor do socialista mostrou uma cidade quase que dividida. Na segunda tentativa a prefeito – e na terceira eleição que disputa - Mendes leva o titulo de ser o prefeito da Copa.
Tal título, porém, só aumenta a responsabilidade do vencedor. Qualquer erro poderá transformar a vitrine da maior competição esportiva do planeta em vexame para a cidade. O que não está longe de acontecer: Cuiabá hoje é, certamente, entre todas as sedes da Copa do Mundo a cidade com maiores problemas, tanto do ponto de vista social como arquitetônico. Suja, mal cuidada, esburacada e enfrentando índices alarmantes de criminalidade.
A rigor, antes da Copa, Mauro Mendes terá que agir muito para colocar a cidade em condições aceitáveis para o cidadão. Os problemas de saúde pública são dilacerantes para os pobres. Não é só o Pronto Socorro Municipal, mas todo o sistema de saúde carece de gerenciamento responsável. A educação já dá sinais de exaustão. Nas propostas dos candidatos, não faltou quem garantisse ar condicionado nas salas de aula para melhorar o aproveitamento dos alunos. Há carência de creches também.
A cidade está em frangalhos. Uma passada rápida pela Praça 8 de Abril ou pela Praça da Popular, considerados dois dos principais pontos de referência da cidade, o cidadão vai encontrar sujeira e mal cheiro. Anestesiado com a situação e com o Executivo acostumado a empurrar o quadro caótico para as coisas da Copa do Mundo, o cuiabano sequer reclama. Mal esboça uma reação contra a falta de serviço de qualidade. Nos bairros, o quadro é ainda mais desolador.
Mendes anteviu a vitória. Com efeito eleitoral, durante a votação, garantiu que já nesta segunda-feira, 29, visita o prefeito Francisco Galindo para dar início ao processo de transição. Mendes tem pressa de tomar as rédeas de uma cidade que padece em praticamente tudo. E sabe que a cobrança de quase metade dos eleitores será mais intensa que se tivesse vencido com uma folga maior, como se esperava no começo do processo eleitoral: achava que venceria no primeiro turno.
A campanha foi dura. A construção da aliança PT-PMDB na noite que antecedia o prazo final de convenções acabou ameaçando o poderio eleitoral de Mendes, que vinha pontuando todas as pesquisas. Nos dois meses de campanha, Lúdio Cabral “subiu” nas costas dos adversários e chegou a eleição em primeiro turno praticamente empatado com Mendes. O empresário precisou mudar sua equipe de marketing e reforçar a “guerrilha” nas ruas – o que lhe garantiu, para o segundo turno, a margem vitoriosa.
A disputa contra Lúdio foi ferrenha no segundo turno. A ponto de o empresário se queixar dos ataques sofridos. Por conta dos ataques, a Justiça Eleitoral lhe concedeu oito direitos de resposta. Lúdio garante que não foi assim. Ele disse que sua campanha foi de “diálogo com a população, respeito, acolhimento, abraço, muita paz e aprendizado”. Mendes cometeu, no entanto, falhas absurdas do ponto de vista do marketing político, durante debate na TV Record, segunda-feira, 22. A falha sucedeu a outras que por pouco não colocou a campanha a perder.
Dos males, no entanto, o menor. Mauro venceu, na terceira disputa eleitoral. Não tem o que comemorar a não ser pelo desabafo. Mendes vai administrar problemas e terá que provar que é talhado para o exercício e que a garantia aos eleitores de que quer mesmo trabalhar em favor do povo se concretizará em quatro anos.
Com Jonas Jozino, Izabela Andrade, Thais Tomie, Valdemir Roberto, Rubens de Souza e Maurício Cruvinel
Com Jonas Jozino, Izabela Andrade, Thais Tomie, Valdemir Roberto, Rubens de Souza e Maurício Cruvinel
