Fonte: Só Notícias/Gazeta Digital (foto: assessoria/arquivo)
O prefeito de Várzea Grande Tião da Zaeli (PSD) acaba de entregar a carta de renúncia na Câmara Municipal. O procurador-geral do município Marcos Coutinho Avalone fez o protocolo do documento. Nos próximos 60 dias o presidente da câmara, Maninho de Barros (PSD) será prefeito interino. Maninho será empossado ainda hoje. Domingos Sávio assume presidência do legislativo.
Maninho disse que o fato da renúncia, automaticamente, "está aceitando a denúncia de não desincompatibilização protocolada na casa". Maninho destacou ainda, que na visão dele, Tião da Zaeli "está renunciando do cargo para não cair na lei da ficha limpa, já que com a extinção de seu mandato, mancharia sua vida política".
Zaeli, segundo informações de bastidores, renunciou ao cargo de prefeito para se livrar de uma possível cassação pelo Legislativo, o que o tornaria inelegível por 8 anos. Ele está com o celular desligado e, portanto, não confirma os motivos da renúncia ao cargo. Mas nos bastidores circula que ele tomou a decisão devido a denúncia feita pelo ex-procurador do município Antônio Carlos Kersting Roque, à Câmara de Vereadores, relatando que não havia se afastado da administração de suas empresas para assumir o Executivo Municipal do segundo maior município de Mato Grosso.
Zaeli era vice e, com afastameto de Murilo Domingos, ano passado, assumiu. Com essa decisão, a partir do momento em que Maninho de Barros assumir, a prefeitura Várzea Grande contabilizará o número de 4 prefeitos em menos de 2 anos, uma vez que em 2011 após afastamento do então prefeito Murilo Domingos, também passaram pelo cargo de chefe do Executivo além de Zaeli, o vereador João Madureira (PSC) que comandou a prefeitura por 45 dias.
Zaeli foi eleito vice-prefeito na chapa de Murilo Domingos (PR) em 2008 com quem acabou brigando posteriormente em 2010 por desavenças políticas e não participava das decisões tomadas por Murilo. Contudo, conseguiu chegar a administração municipal após sucessivas cassações impostas a Murilo Domingos, tanto pela Justiça, quanto pela Câmara Municipal, sendo que numa das vezes os vereadores afastaram o prefeito e o vice.
Tião da Zaeli perdeu a reeleição em 7 de outubro e se logo depois se tornou alvo da acusação do advogado e ex-procurador do município, Antônio Carlos Kersting Roque de que o mesmo não se desincompatibilizou de suas empresas particulares em 2009 para assumir o mandato de vice. Diante da pressão da Câmara dos Vereadores que já tinha pronto um parecer jurídico da Consultoria Jurídica da Mesa Diretora que acolhia os argumentos de Roque, Zaeli teria confidenciado a assessores mais próximos que não permitiria que Várzea Grande seja novamente levada a insegurança jurídica como aconteceu em 2011. À ocasião, em menos de 30 dias, três prefeitos foram empossados e afastados da direção municipal por questões meramente políticas e sem embasamento legal algum, tanto que a Justiça revogou todas as decisões tomadas pelos vereadores com o intuíto de prejudicar a administração municipal.