Índices de abstenção refletem problemas no cadastro de eleitores

Fonte: Terra


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  Os altos índices de abstenção nas urnas no segundo turno das eleições municipais deste ano podem não estar relacionados a algum tipo de insatisfação dos eleitores com o processo eleitoral. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral e analistas políticos consultados pelo O Estado de S. Paulo, a causa maior parece ser a desatualização dos cadastros de eleitores da Justiça Eleitoral.

Com bases de dados antigas, onde ainda constam nomes de pessoas que se mudaram ou morreram, por exemplo, os números apontam para um cenário distorcido. Em cidades onde o cadastro foi atualizado, as abstenções são cerca de metade do total das outras cidades.
Em São Paulo, por exemplo, onde não há atualização desde 1986, 20% dos cidadãos não votou; já em Curitiba, que teve a base atualizada em 2012, o índice ficou em 10%. Só na capital paranaense, 200 mil dos 1,3 milhão de eleitores foram eliminados após o recadastro.
Na capital paulista, quanto maior a presença de eleitores acima de 65 anos, maiores os níveis de abstenção, o que poderia refletir a não obrigatoriedade do voto após os 70 anos, e também a morte desses eleitores que não foram notificadas à Justiça Eleitoral. Em Jundiaí (SP), onde também houve recadastramento, a abstenção ficou em 11% neste ano.
Segundo o TSE, todas as 299 cidades que tiveram os cadastros atualizados registraram índices mais baixos de eleitores que não compareceram às urnas. Desde o ano passado, a Corregedoria-Geral da União iniciou a atualização cadastral com voto biométrico e digitalização de informações, processo que tem previsão de conclusão até 2015.