EDUARDO CAMPOS ‘Alinhamento é da época da ditadura’

KAMILA ARRUDA
Da Reportagem

Mais uma vez a tese de alinhamento entre as três esferas de governo, defendida pelo candidato Lúdio Cabral (PT), voltou a ser alvo de críticas por parte do presidente nacional do PSB, governador pernambucano Eduardo Campos. Para o socialista, o discurso adotado pelo parlamentar é “velho, cansado e inadmissível” para os dias de hoje.

De acordo com ele, a estratégia era usada na “época da ditadura militar”. “Essa história, de ficar dizendo que se o município não votar no partido da presidente Dilma Rousseff vai ter problemas é da época do ronca, do século passado. Os chefes da ditadura ameaçavam quem não votasse no partido do governo, a Arena. Essa é uma história velha, cansada, atrasada, um discurso reacionário. Quem é eleito tem que ser respeitado pelo governador e pelo presidente, pois ele foi eleito pelo povo”. 



Além disso, ele ainda reforçou o discurso do empresário Mauro Mendes (PSB), no que diz respeito ao apoio da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele ressaltou que o PSB faz parte da base de sustentação da petista, e que “Mauro poderá contar com toda a bancada de senadores e deputados federais da legenda para buscar recursos em prol da Capital”. Inclusive, seria justamente este fato que teria “impedido” a petista de vir a Cuiabá engrossar o coro da campanha de Lúdio.

“Quem é eleito tem que ser respeitado pelo governador e pelo presidente, pois ele foi eleito pelo povo. Os prefeitos que vão ser eleitos pelo PSB vão ter uma relação de respeito com a presidenta Dilma. Se ela trata com deferência os prefeitos da oposição, do PSDB, do DEM, por que é que ela não vai tratar com deferência e atenção um prefeito sério, competente, eleito pelo povo e apoiado por uma frente de pessoas que podem ajudá-la muito?”, destacou o chefe do Executivo estadual de Pernambuco.

Eduardo diz que está muito confiante sobre a vitória de Mauro e afirma que todas as pesquisas internas realizadas pelo partido apontam uma vantagem considerável em relação ao candidato petista.

“Meu otimismo vem da razão. Todas as pesquisas que o partido tem feito indicam que o Mauro vai ganhar a eleição e todas as adesões que ele tem recebido também demonstram isso”.

No entanto, momentos antes de explicar sua confiança, Campos afirmou que a “única pesquisa que vale é aquela de boca-de-urna”.

“Em 2006, eu vivi isso: era o último colocado nas pesquisas e, mesmo assim, ganhei as eleições. Este ano em Recife aconteceu a mesma coisa. Falavam que o segundo turno estava certo e o nosso candidato ganhou em primeiro. Não é discurso, não é o juntamento de pessoas que sempre brigaram que ganha a eleição. A verdadeira pesquisa é a urna”. 

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