No desespero coligação petista acionará Mendes

Para o advogado Francisco Faiad, candidato socialista faz “jogo sujo, fraudulento e agressivo”. Mauro também recorrerá à Justiça contra adversário por falsificação de documentos


Faiad (esquerda) disse que o pagamento só foi feito por cheque porque a Justiça Eleitoral não permite mais saques de grandes valores perto do dia da eleição
KAMILA ARRUDA
Da Reportagem

A troca de acusações entre os postulantes ao cargo de prefeito de Cuiabá neste segundo turno começou a ficar intensa e entrou na esfera judicial. O candidato a vice na chapa encabeçada pelo vereador Lúdio Cabral (PT), advogado Francisco Faiad (PMDB), irá acionar o empresário Mauro Mendes (PSB) por crime de difamação por conta das acusações de compra de votos e abuso de poder econômico.

O peemedebista também irá pedir uma indenização por danos morais. “Eu sei que qualquer pedido de indenização por danos morais ou materiais não o afetará em razão da sua fábula financeira, mas quem sabe é uma forma de mostrar à sociedade que os ricos também pagam quando cometem crimes”. 



O candidato a vice apresentou nesta sexta-feira (19), durante entrevista coletiva, diversos documentos que comprovam que as irmãs Lori Anne Macedo da Luz e Cibele Macedo da Luz trabalharam como fiscais no dia do pleito de primeiro turno, e não foram dispensadas em troca de voto, como o candidato socialista afirma.

“Esse jogo que o outro candidato tenta fazer é sujo, fraudulento, agressivo e ofensivo à inteligência das pessoas”, desabafa o peemedebista. Além disso, a própria tia das meninas, a professora Catarina Campos, desmentiu o fato.

De acordo com ela, as garotas foram influenciadas pelo pai. “Se elas foram coagidas por alguém, foi pelo pai que induziu as meninas a procurar a assessoria do Mauro e entregar os cheques e inventar a história”.

Catarina afirma que o pai das garotas é cabo eleitoral na campanha do empresário. Ela conta que as irmãs foram chamadas para trabalhar devido às condições financeiras da família.

A professora disse ainda que é prima da mãe das meninas e chegou a ser citada pela coligação de Mendes como a “senhora" que foi até a casa das jovens e as obrigou a assinar e reconhecer firma em um termo dizendo que trabalharam como fiscais, caso contrário elas seriam processadas.

Segundo Faiad, o pagamento só foi feito por meio de cheque porque a Justiça Eleitoral não permite mais o chamado de “cheque guarda-chuva”, ou seja, saques de grandes valores perto do dia da eleição. “Esse processo era feito antes, mas a Justiça Eleitoral não permite mais”.

Aproveitando a oportunidade, o coordenador-geral da campanha petista, deputado estadual Alexandre César (PT), pediu explicações ao socialista a respeito de um cheque no valor de R$ 1.191 milhão, usado na campanha de 2010, quando Mauro tentava se eleger governador.

“É absolutamente temeroso alguém que dá um ‘cheque frio’, com esse valor milionário, querer gerir o dinheiro público de Cuiabá. Eu gostaria que o candidato Mauro Mendes explicasse à sociedade, sobretudo aos seus próprios eleitores, os detalhes dessa história”.

Por conta da dívida, Mendes é réu em ação de execução, movida pela proprietária do posto Millenium, Marilena Ribeiro, e a Justiça determinou o bloqueio da sua conta bancária, no valor do documento.

Outro lado - A coligação encabeçada por Mauro mantém a acusação referente às irmãs e afirma que a chapa adversária “armou uma história falsa para ludibriar a mídia e a população”.

Desta forma, garante que também vão recorrer à Justiça para que eles respondam sobre falsificação de documentos eleitorais, ameaça e constrangimento. 
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