Candidatos trocam acusações e críticas no debate da Record


Os candidatos à prefeito de Cuiabá Lúdio Cabral (PT) e Mauro Mendes (PSB) adotaram um tom mais incisivos e trocaram acusações no debate da TV Record, na noite desta segunda–feira (22).

O confronto foi marcado pelos questionamentos sobre a conveniência de apoios políticos. O petista acusou o socialista de ligações com o prefeito Chico Galindo (PTB) e com o ex-prefeito Wilson Santos (PSDB).

Por isso, ele se apresentou como opção de mudança, tachando o adversário de candidato da continuidade.


Já Mendes questionou Lúdio sobre o apoio do ex-secretário Eder Moraes e do deputado José Riva e ironizou, dizendo que o petista se "parecia com Wilson Santos".

Durante todo o debate, a temperatura se manteve elevada, com provocações, troca de farpas e ironias.

Antes mesmo do início, militantes dos dois candidatos ensaiaram um confronto, em frente da sede do Grupo Gazeta de Comunicação, onde se localiza a emissora.

A menos de uma semana da votação - que será no próximo domingo (28) -, o debate da Record deu o tom da reta final de campanha e, para muitos, será decisivo.

Confira a seguir alguns dos principais trechos do debate na TV Record, em tempo real:

Manifestantes pró-Mauro Mendes vaiam Lúdio Cabral (Atualizado às 22h12)

Os ânimos se acirraram, antes do início do debate, do lado de fora do complexo do Grupo Gazeta de Comunicação, onde se localizada a TV Record.

Um grupo de militantes de Mendes vaiou Lúdio, assim que o candidato do PT chegou ao local do debate. Por pouco, os manifestantes dos dois candidatos não entram num confronto direto.

A coordenação da campanha de Mendes acalmou os ânimos, dispensando o grupo de manifestantes.

Taques e Maggi não comparecem (Atualizado às 22h15)

Os principais apoiadores dos candidatos Mauro Mendes (PSB) e Lúdio Cabral (PT) não os acompanharam até a sede da TV Record, como no debate ocorrido no primeiro turno, na mesma emissora.

Na ocasião, os senadores Pedro Taques (PDT) e Blairo Maggi (PR) estiveram presentes.

No debate desta noite, apenas o vice de Lúdio, Francisco Faiad (PMDB), e assessores próximos dos dois candidatos, maioria ligados à comunicação, os acompanham.

Começa o debate entre os candidatos (Atualizado às 22h24)

O jornalista Antonio Carlos Silva abre o evento, anunciando a importância do debate entre os dois postulantes ao cargo de prefeito da Capital. Segundo ele, é uma chance de o eleitor aferir qual o candidato mais preparado

Os candidatos já estão no estúdio.

Começam as perguntas de jornalistas (Atualizado às 2240).

A jornalista Laise Lucatelli, do MidiaNews, pergunta ao candidato Lúdio Cabral sobre a postura de evitar o embate, e que há rumores de que ele não teria pulso suficiente para resolver problemas e que ele seria uma marionete de políticos como Eder Moraes e Carlos Bezerra, caso seja eleito.

Ludio diz que aprendeu o estilo com o ex-presidente Lula em 2002, e que é preciso ser sereno e respeitoso. Ele afirma que o Lúdio como vereador é diferente e sabe lidar com política. Disse ainda que  vai governar, se eleito, e não os outros.

Na réplica, a jornalista pergunta a que ele atribui a estagnação nas últimas pesquisas de intenção de voto.

Ludio diz que ele e sua equipe nunca pautaram a campanha em pequisas e, sim, em propostas, com uma campanha limpa.  Lúdio afirma que as contradições vão se evidenciar.

Laise pergunta ao candidato Mauro Mendes sobre o cheque de R$1 milhão sem fundo, usado na campanha passada

Mauro Mendes diz que  processo está explicado na Justiça e que o valor está  depositado. Ele afirma que as pessoas sabem que ele é íntegro. Ele observa que questiona na Justiça, mas que o dinheiro está depositado.

Na réplica, a jornalista afirma que ele deu o cheque para um fim incerto e se isso não seria uma contradição para um bom administrador.

Na tréplica, Mauro diz que é muito comum dar cheque caução e diz para a jornalista ficar tranquila que isso será esclarecido. Ele diz ainda que prefere responder coisas que importam e que ele sabe muito bem "tocar a vida dele".

O jornalista Jonas da Silva, do site Olhar Direto, questiona Lúdio Cabral sobre se ele, como médico, não se sentia desprestigiado, diante do caos nos setor da Saúde Pública, tendo como um dos apoiadores o governador Silval Barbosa (PMDB).

O candidato disse que, como profissional há 16 anos, sempre defendeu um sistema de saúde eficiente, com foco no cidadão, 100% público.

Lúdio também revelou que, assim que foi formalizada aliança entre PT e PMDB, ele informou ao governador que era contra o modelo de Saúde adotado pelo Governo do Estado.

Ao candidato Mauro Mendes, o jornalista perguntou se ele não considerava contraditória a contratação, para o marketing eleitoral, de pessoas ligadas ao ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), seu adversário nas eleições de 2008. Ele fazia referência ao jornalista Antero Paes de Barros.

O empresário negou ligações com o tucano e argumentou que o que ocorreu foi a contratação de um profissional por parte da direção do marketing.

Ele também negou que tenha ligações com Chico Galindo (PTB), que declarou publicamente que votará no socialista. Mauro Mendes disse que a definição de voto é um direito de cidadão.

A jornalista Gabriela Galvão, do site RDNews, pergunta a Lúdio Cabral se houve esforço concentrado para a gravação da presidente Dilma e para a vinda do ex-presidente Lula a Cuiabá.

Ludio responde que não mudou em nada a expectativa na campanha.

 Ele diz também que ficou claro que Mauro Mendes aglutina na campanha dele aquilo que representa os últimos oito anos da administração de Cuiabá, em uma campanha que prega o ódio. Ele afirma que a candidatura de Mauro Mendes não representa mudança.

Na réplica, Gabriela pergunta se a ex-senadora Serys Slhessarenko vai subir no palanque de Lúdio.

Lúdio responde que quem tem que responder é a própria Serys e que a campanha está de braços abertos para recebê-la.

A jornalista pergunta para Mauro Mendes sobre os motivos que o levaram a ser prefeito e se ele acha que o discurso altruísta de que quer ser prefeito para ajudar os que mais necessitam convence o eleitorado.

Mauro responde que quer ser candidato para mudar muitas realidades na cidade e para realizar o sonhos e necessidades da população, como saúde e emprego.

Na réplica, Gabriela pergunta se a Bimetal financia ONGs e, se sim, quantas pessoas são beneficiadas.

Mauro responde que a empresa ajuda instituições como igrejas, que a Bimetal já acolheu dependentes químico químicos e que trabalhou com pessoas que mais precisam. Ele afirma que, como prefeito, vai poder fazer muito mais pela população.

Lúdio diz que Mendes é "despreparado" para discutir Educação (Atualizado às 23h07)

Lúdio Cabral disse que Mauro Mendes mostrou despreparo no debate sobre Educação e errou números sobre o tema. Ele pergunta o que Mendes vai fazer pela Educação na capital.

Mauro responde que essa é a opinião [sobre o debate] de Lúdio e que vai investir em infraestrutura das escolas e na qualificação dos professores.

Ludio insiste que Mauro errou no debate e que não sabia o que era a  a universidade comunitária, na ocasião do debate com o Sintep, no Liceu Cuiabano, na semana passada.

Mauro diz que Lúdio está desequilibrado e que a universidade é para fazer a inclusão social.

Ele assume que errou o valor do custo dos alunos e que Ludio também não sabia o valor de cada aluno. Mauro afirma que o prefeito não tem obrigação de conhecer todos os detalhes.

Mauro pergunta a Lúdio sobre o excesso de arrecadação, que permitiu repasses a AL, mas que não repassa pra Saúde e por que Lúdio se omite sobre isso.

Ludio afirma que Silval articulou R$ 60 milhões com a União para a Média e Alta Complexidade. E diz que, sobre os repasses para a AL, Mauro deveria perguntar para o ex-governador Blairo Maggi.

Na réplica, Mauro diz que as pessoas estão morrendo, que os médicos de Cuiabá vão entrar em greve e que a Saúde é mais importante.

Lúdio diz que, sobre os repasses, apenas o mês de setembro não foi repassado aos municípios pelo Estado.

 Ele diz ainda que a greve dos médicos citada por Mauro é por desrespeito cometido pela atual administração, do prefeito Chico Galindo, que apoia a candidatura de Mauro Mendes.

Candidatos trocam farpas na discussão sobre Bolsa Família (Atualizado às 23h11)

Lúdio questiona Mendes sobre o Bolsa Família, sobre custos e benefícios às famílias carentes.

Em resposta, o empresário acusa o petista de fazer “terrorismo” na periferia. Segundo ele, militantes do PT “espalham” nos bairros que, se o PSB vencer as eleições, Mendes vai acabar com esse benefício.

O socialista disse que, ao contrário, vai manter o benefício e ainda criar o “Vale-Gás”.

Lúdio sugere que o adversário desconhece a questão e informa que o Bolsa Família beneficia famílias cuja renda per capita é de que R$ 140.

Mendes diz que Lúdio está “alterado”. O petista rebate e diz que o adversário se utiliza do mesmo expediente que o PSDB, sob Wilson Santos, utilizou, em 2004 e 2008, fazendo referência ao denominado “Comitê da Maldade”.

O petista volta a insistir que o socialista é apoiado pelo prefeito Chico Galindo. “O senhor não é candidato da mudança, mas da continuidade”, completa.

Mendes tem direito de resposta negado (Atualizado às 23h19)

A TV Record negou direito de resposta a Mauro Mendes sobre o suposto apoio de Galindo à candidatura dele e sobre o ex-senador Antero ser marqueteiro da campanha, como disse o candidato Lúdio Cabral.

O jornalista Antônio Carlos Silva, mediador do debate, pergunta a Lúdio como ele vai resolver os problemas da Saúde.

Lúdio diz que Mendes desrespeitou a esposa dele no intervalo do debate.

Ludio afirma que vai fazer concurso para aumentar o quadro dos profissionais, além de valorizar os servidores e fortalecer a atenção primária.

O jornalista pergunta a Mendes em que ele discorda, concorda e o que faria diferente.

Mauro Mendes diz que o principal problema é a falta de médico. Mendes cita que, se preciso, vai aumentar os salários. Ele vai garantir a presença nas policlínicas e melhoria na rede física das unidades e a construção de um novo Pronto-Socorro.

Lúdio diz que a Saúde Pública é composta por mais do que médicos, e que há agentes de saúde, enfermeiros e outros profissionais. Ele reafirma que vai fortalecer a atenção primária e valorizar todos os trabalhadores da Saúde, com gestão 100% pública.

Mendes se defende dizendo que apenas disse que a mulher dele é muito bonita e que não desrespeitou a mulher dele. Mendes afirma que vai valorizar todos os profissionais da Saúde.

Debate sobre Educação gera críticas entre candidatos (Atualizado às 23h22)

Respondendo a uma pergunta da TV Record, Mauro Mendes diz que a melhoria em estrutura física e a valorização dos professores serão as ações prioritárias de uma eventual gestão, no Palácio Alencastro.

Em réplica, Lúdio afirma que o adversário é “genérico” e que desconhece a política educacional do município. Para ele, a prioridade é investir na Educação Infantil, lembrando que, hoje, 20 mil crianças estão sem atendimento. Sua proposta é criar 10 mil vagas em quatro anos.

Em resposta, Mendes diz que Lúdio está “obcecado” com Wilson Santos e Chico Galindo. Para ele, seria a “convivência” do petista com os dois políticos, durante os oito anos como vereador.

Lúdio rebate e lembra que, durante esse tempo, fez campanha sistemática ao tucano ao líder do PTB.

Transporte vira polêmica no debate (Atualizado às 23h23)

O jornalista Antonio Carlos Silva questiona os candidatos sobre as propostas sobre transporte coletivo.

Mauro Mendes diz que a prefeitura deve fiscalizar o setor e que vai instalar ar-condicionado e modernizar a frota e que vai garantir a presença de cobradores nos ônibus.

Lúdio volta alfinetar Mauro Mendes sobre os apoios de campanha, dessa vez dos empresários do transporte público e que vai fazer auditoria nas empresas de transportes coletivos da cidade.

Mendes diz que vai garantir a continuidade do passe livre aos estudantes e integração com o VLT .

Ludio diz que quem vai assegurar passe livre é aquele que não tem apoio dos empresários do transporte coletivo e que vai abrir licitação para o setor.

Apoio político provoca discussão (Atualizado às 23h40)

O mediador pergunta se Ludio prefere BRT ou VLT; e se demoliria ou não o Verdão em detrimento da Arena Pantanal.

Lúdio diz que esta na luta pela defesa do VLT há mais de 10 anos junto à Assut e que o VLT é o mais moderno.

Sobre o estádio, ele disse que na época queria que fosse construído em outro lugar.

Mauro Mendes diz que a discussão já foi feita e que todos devem trabalhar para que fique pronto a tempo e que o prefeito se manteve meio afastado de todo o processo.

Mendes afirma que foi um “crime” demolir o Verdão e que a futura arena deve ser transformada em centro de eventos.

Ludio diz que Mendes, ao se encontrar com Galindo, deve lembrá-lo sobre o quanto ele foi omisso. Ele disse que é preciso trabalhar em conjunto sobre o VLT.

Mauro Mendes reafirma que Lúdio Cabral está obcecado com os apoios de sua campanha e que ele esconde os apoiadores. Diz que Eder Moraes, José Riva e Carlos Bezerra são apoiadores de Lúdio e que sempre foi oposição a Galindo.

Em resposta, Lúdio diz que Eder foi é do PR e que foi secretário de Maggi durante oito anos e que, por isso, a perginta deve ser feita ao ex-governador e atual senador.

Eder Moraes e José Riva são motivo de bate-boca (Atualizado às 23h50)


Lúdio Cabral e Mauro Mendes utilizam a maior parte do debate para a troca de farpas e insinuações sobre as ligações com grupos políticos.

O petista, a cada pergunta, tenta “colar” o socialista no prefeito Chico Galindo. Para Lúdio, o prefeito do PTB é um dos principais apoiadores de Mendes.

Em resposta, o empresário insiste em que o ex-secretário da Copa, Eder Moraes, é o coordenador da campanha do adversário.

Mauro também voltou a questionar o repasse de R$ 34 milhões do Governo do Estado para a Assembleia Legislativa, a título de “excedente” na arrecadação. Ele questionou as razões pelas quais esse montante não é aplicado na Saúde Pública.

Lúdio insistiu em que Mendes busque resposta diretamente ao Governo do Estado.

E lembrou que o adversário crítica o presidente da Assembléia e, no entanto, em 2008, esteve com ele num mesmo palanque, quando disputava a Prefeitura de Cuiabá contra Wilson Santos.

Para o petista, o socialista só aparece em período eleitoral. "Um candidato que é oriundo do poder econômico não tem compromisso com a população. É a disputa do poder pelo poder", afirma.

Questões políticas "rivalizam" com debate de ideias (Atualizado às 23h58)

O candidato Mauro Mendes volta a citar o apoio de Éder Moraes e de Riva na campanha de Lúdio e pergunta se o candidato acha justo haver repasses para ALMT em detrimento dos repasses para a Saúde.

Lúdio diz que Eder apoia sua campanha e que ele não ocupará cargos na Prefeitura.

Sobre os repasses, diz a Mauro Mendes perguntar a Blairo Maggi

Mauro Mendes responde que acha um “absurdo” a falta de repasses pra saúde e diz que vai ter posicionamento firme sobre isso.

Ludio diz que o posicionamento firme está na trajetória de 16 anos na vida pública. “O senhor se apresentar a cada dois anos não significa compromisso com a população”, disparou. O petista voltou a citar o apoio de Dilma e da importância de trabalhar em conjunto com os outros poderes.

Lúdio pede a Mauro Mendes sobre cinco ações objetivas para os jovens de Cuiabá

Mendes disse que fará um programa de qualificação profissional, que vai trazer indústrias para Cuiabá, investir na política de esporte e lazer e manter o peladão. Ele diz ainda que vai investir em políticas de assistência.

Lúdio cita como ações o programa jovem empreendedor, com R$1 milhão de recursos, o programa jovem aprendiz cuiabano. Ludio disse que vai criar vagas na Prefeitura de Cuiabá, além de estágios no serviço público.

Mauro Mendes diz que Lúdio leu uma “cola” para responder e que parte dos programas citados por ele já são feitos pelo Senai e pela empresa Bimetal.

Cultura e incentivo fiscal encerram o debate (Atualizado à 00h01)

O candidato Mauro Mendes começa a falar sobre os projetos para valorizar a cultura cuiabana e pergunta a Lúdio quais as ações para o setor.

Lúdio rebate a acusação de que alguns políticos apenas “falam” e não fazem nada e diz que esta na vida pública há 16 anos. Lúdio afirma que vai valorizar a cultura local e valorizar os trabalhadores do setor.

Lúdio pergunta a Mauro quantos Prontos-Socorros poderiam ser construídos com o dinheiro dos incentivos fiscais concedidos à Bimetal, empresa de Mauro Mendes.

Mauro diz que Lúdio não sabe o que é incentivo fiscal e diz que o petista o apoiou ao governo do Estado na última campanha. Mendes ameaça Lúdio a respeito de um VT no qual o petista critica o atual governador e declara apoio a Mendes.

Diz que, se Lúdio negar esse fato, ele vai coloca o vídeo no ar, feito em uma entrevista a um jornalista, “amanhã mesmo”.

Mendes afirma que incentivo fiscal é normal e prática adotada inclusive pelo governo federal.

Em mensagens, candidatos revelam confiança na vitória (Atualizado à 00h02)


Nas considerações finais, os dois candidatos não fuguram à regra: manifestaram confiança na vitória, no próximo dia 28.

Primeiro a falar, Mauro Mendes diz que fez, até agora, uma campanha "vibrante, alegre e animada".

Para ele, o desafio de vencer o pleito não é menor do que o desafio de gerir a Capital de Mato Grosso.

Lúdio Cabral diz que sua campanha, em 90 dias, teve um acolhimento positivo por parte da população cuiabana.

Ele se apresenta como o candidato da mudança, insinuando que o adversário é o candidato da continuidade, em mais uma referência às supostas ligações de Mendes com o prefeito Galindo e o ex-prefeito Wilson Santos.


Midia News