"A verdade venceu a mentira dos institutos de pesquisa", diz Mendes


O empresário Mauro Mendes (PSB) e lideranças do grupo formado por PR, PPS, PDT e PV dispararam críticas aos institutos de pesquisas de intenções de voto que apontavam a vitória de Lúdio Cabral (PT) ainda no primeiro turno 


ANDRÉA HADDAD 
Em coletiva, um dia após a eleição em que obteve 5.248 votos a mais sobre o vereador Lúdio Cabral (PT) na corrida pela Prefeitura de Cuiabá, o empresário Mauro Mendes (PSB) e lideranças do grupo formado por PR, PPS, PDT e PV dispararam duras críticas aos institutos de pesquisas de intenções de voto que apontavam a vitória do petista ainda no primeiro turno. Mendes também foi enfático ao avaliar que, na segunda etapa, os eleitores vão ter que escolher entre dois grupos políticos distintos com vistas ao pleito ao Governo do Estado em 2014. “Nos últimos 15 dias, o mercado sofreu uma avalanche de pesquisas, que não se consolidaram nas urnas. Mas isto, de qualquer forma, em algum momento atrapalhou nossa campanha. Precisamos rever estes conceitos”, declarou Mendes. 

Ao lado da mulher, Virgínia Mendes, e do senador Blairo Maggi (PR), Mendes disparou que a verdade venceu a mentira das pesquisas, além da máquina pública. “Vamos vencer a arrogância de quem achou que venceria no primeiro turno com pesquisa”, cutucou o candidato, até então acusado de arrogante por partidários do adversário petista. 


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O candidato a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), ao lado do senador Blairo Maggi (PR), e do deputado federal Valtenir Pereira
Com Maggi e o também senador Pedro Taques (PDT), potenciais postulantes ao Palácio Paiaguás em 2014, a tiracolo, Mendes ponderou que os eleitores vão optar em 28 de outubro entre o grupo político que trabalha a candidatura dele e os que estão ao lado de Lúdio, como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Riva (PSD), e o ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo de 2014, Eder Moraes. “Não tenho dúvidas de que esta eleição vai dizer o que a população quer em 2014”, disse Mendes. 


Ele também aproveitou para insinuar que Lúdio não vai ter como se esconder no segundo turno atrás de “candidatos de fachada” ou lideranças políticas que se articulam nos bastidores, como Eder. Mendes e o petista vão ter o mesmo tempo de televisão nesta etapa da campanha. “Agora o candidato não tem mais como se esconder atrás de outros artifícios, todos vão ter que mostrar a cara e o eleitor é quem vai escolher”. 


Campanha


Mendes participou nesta segunda-feira (8) de reuniões para tratar dos apoios em relação ao segundo turno e estratégias de campanha. Segundo ele, há alterações nesta nova etapa para se adequar ao tempo. “O segundo turno demanda modificações, vamos intensificar os trabalhos, o tempo é curto, mas com ações mais efetivas. Tínhamos o terceiro maior tempo apenas e, agora, há igualdade de condições. É claro que isto exige mudanças”, apontou. O socialista pretende atuar no segundo turno com os mesmos partidos que o apoiaram na primeira etapa, acrescentando lideranças de outras legendas que já diziam demonstrar simpatia pelo projeto político dele. 


Indústria da pesquisa e arrogância


Assim como Mendes, Taques e Maggi demonstraram indignação com as pesquisas de intenções de votos que apontavam a vitória de Lúdio ainda no primeiro turno. “Foram mais de cinco mil votos de diferença, quando a indústria da pesquisa dava como certo que perderíamos no primeiro turno”, criticou Taques.

Marcos Lopes/HiperNotícias
O senador e vice-presidente regional do PDT, Pedro Taques, critica o adversário do empresário e candidato Mauro Mendes (PSB)
Segundo ele, o governador Silval Barbosa (PMDB) foi arrogante ao exaltar o aliado petista. 
“Quando o Silval, há oito dias, dava como certo que Lúdio ganharia no primeiro turno, nós mostramos que a arrogância está do lado de lá. Temos que lutar para evitar abuso de poder político e econômico”, disparou Taques. Ele ainda ironizou que o Governo do Estado não está na disputa. “Democracia é ter igualdade de condições na largada”.
Na mesma linha, Maggi ponderou que os gestores devem se comportar como magistrados no processo eleitoral. “O uso da máquina deve ser combatido. Quando fui concorrer à reeleição em 2006, declarei que era desproporcional, que deveria ser proibido”, relembrou. Mesmo assim, o republicano foi reeleito a mais quatro anos à frente do Paiaguás. 

Críticas a Faiad


Lideranças do grupo de Mendes também rebateram as críticas do candidato a vice, Francisco Faiad, da coligação petista, de que a chapa foi prejudicada com o atraso na totalização dos votos neste domingo (7). “Dizer que houve irregularidade é um desrespeito com a Justiça Eleitoral brasileira”, rebateu Taques, que é ex-procurador-geral da República.