Aparecido Sousa Alves é encaminhado à Delegacia de Homicídios (Foto: Jota Eurípedes)
Adriana Marinelli
Suspeito de ser o principal autor da chacina que vitimou sete pessoas em Doverlândia (GO), Aparecido Sousa Alves, de 22 anos, chegou, no início da noite desta quarta-feira (2/5), à Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), em Goiânia. De acordo com a Delegada-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, outras três pessoas, que não tiveram os nomes divulgados, cumprem prisão temporária na mesma delegacia. Um sobrinho de Lázaro Oliveira Costa, de 57 anos e uma das vítimas, e o sogro de Leopoldo Rocha Costa, 22, também vítima, estão entre os suspeitos.
Conforme divulgou Accorsi, durante entrevista coletiva, outros dois homens, soldados do exército de Jataí (GO), estão a caminho de Goiânia para serem interrogados. “Eles chegam ainda hoje (quarta-feira) e serão ouvidos durante a madrugada. Também são suspeitos de terem participado do fato.” Um dos militares, segundo a Polícia Civil (PC), é irmão de Aparecido. “Não estamos divulgando o nome dessas pessoas porque são apenas suspeitas.”
Arma do crime
Acompanhada do principal suspeito, Adriana Accorsi sobrevoou a fazenda onde os crimes aconteceram com o objetivo de encontrar provas e, inclusive, a arma usada para executar as vítimas. Aparecido, que já confessou a autoria da chacina, apontou onde teria jogado a bolsa de Miraci Alves de Oliveira, de 65 anos, também morto na fazenda. “Encontramos a bolsa com os pertences de uma das vítimas. É uma prova material importante e esta é mais uma prova de que é ele mesmo o assassino.”
Aparecido também indicou aos policiais onde teria jogado a faca que usou para degolar as sete pessoas, porém a arma não foi localizada. “É uma região muito extensa e ele jogou a faca durante a noite, mas vamos continuar as buscas”, afirma Adriana Accorsi.
Reconstituição
Na manhã desta quinta-feira (3/5), às 10h, será realizada a prova de reprodução simulada dos fatos no local onde os crimes aconteceram. Para esta realização, Aparecido volta ao local onde tudo aconteceu. “Vamos combinar a perícia com o relato do principal autor”, explica a delegada. Além da Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PM) e Polícia Técnico-Científica particparão da reconstituição.”As investigações estão bastante avançadas. Acreditamos que estamos caminhando para solução do caso”, alega a delegada.
Depoimento
De acordo com Adriana Accorsi, Aparecido não demonstra sinais de arrependimento. “Ele, que já foi funcionário de Lázaro, afirma que não era bem tratado. Ele não demonstra remorso”, diz. Sobre a vítima Tames Marques Mendes da Silva, de 24 anos, que teria sido violentada sexualmente antes de ser morta, Aparecido, segundo a delegada, confirma o abuso. “Ele confirma a violência sexual e alega que foi antes de matá-la, mas isso só os exames vão poder confirmar.”
Motivação
Conforme disse Adriana Accorsi durante entrevista coletiva, no início desta noite, ainda não é possível afirmar qual foi a real motivação da série de mortes. “Todas as hipóteses levam para questão financeira, mas o que é exatamente, só no final saberemos”, finaliza.
Entenda o caso
A chacina aconteceu por volta das 21h do último sábado (28/4), quando dois homens invadiram a casa principal da fazenda Nossa Senhora Aparecida e mataram o proprietário, Lázaro de Oliveira Costa, de 57 anos, e o filho dele, Leopoldo Rocha Costa, de 22. Em seguida, os assassinos teriam ido até à residência do caseiro e degolaram outras três pessoas. Na saída, outras duas vítimas, que chegavam à fazenda foram assassinadas.
A polícia identificou os demais corpos como sendo de Joaquim Manoel Carneiro, de 61 anos, Miraci Alves de Oliveira, de 65, Heli Francisco da Silva, de 44, Tames Marques Mendes da Silva, de 24, e de Adriano Alves Carneiro, de 22.
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