Ele perdeu o mandato sob acusação de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Cassação foi aprovada com 56 votos
11/07/2012 | 13:28Gazeta do Povo, com agências
A votação, que foi secreta, ocorreu após exposição dos relatores do Conselho de Ética e da Comissão de Constituição e Justiça, dos senadores que pediram a palavra e do acusador, senador Randolfe Rodrigues (AP), que representou o PSol, partido autor da ação que pedia a cassação. Demóstenes e advogado dele também usaram a palavra, para se defender das acusações.
Enquete publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo com 76 dos 81 senadores em exercício mostrou que 52 deles são favoráveis à cassação. Outros 24 não quiseram se manifestar. Nenhum dos entrevistados disse que votaria pela absolvição.
Há duas semanas, a Gazeta do Povo ouviu os três senadores paranaenses sobre o caso. Alvaro Dias (PSDB), Sérgio Souza (PMDB) e Roberto Requião (PMDB) declararam que iriam votar pela cassação.
Em vias de assumir o mandato de senador, após a cassação de Demóstenes, o primeiro suplente Wilder Pedro de Morais(DEM-GO) omitiu boa parte de seus bens na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Wilder é um dos empresários mais ricos de Goiás e foi o segundo maior doador da campanha de Demóstenes em 2010, com R$ 700 mil repassados oficialmente por meio de duas de suas empreiteiras.
Registros da Junta Comercial de Goiás mostram que Wilder é sócio-proprietário de 24 empresas. Na declaração de bens ao TSE - o patrimônio declarado é de R$ 14,4 milhões - são listadas 15 empresas.
Informações da Receita Federal apontam que pelo menos oito empreendimentos ausentes da declaração de patrimônio foram constituídos antes das eleições de 2010 e, portanto, deveriam ter sido informados ao TSE. É o caso de dois shopping centers: o Bouganville (Nove Administração e Participações), em Goiânia, e o Brasil Park (Brasil Park Participação e Investimentos), em Anápolis. Wilder aparece como o empreiteiro responsável pelos centros de compra desde as respectivas inaugurações, em 2006 e 2007. Nem os nomes das duas empresas nem o CNPJ delas aparecem na declaração ao TSE, mas apenas a Orca Construtora, que fez parte dos investimentos nos shopping centers.
Também ficaram fora da prestação de contas de Wilder Morais três empresas de prestação de serviços funerários, duas delas constituídas antes de 2010 (uma em 2004 e outra em 1995). Neste ano, o primeiro suplente passou a ser sócio de um cemitério em Goiânia. Wilder é dono ainda de empresas do ramo agropecuário, de fabricação de estruturas metálicas, loteamento, incorporação de imóveis, estacionamento e consultoria em gestão empresarial, boa parte delas ausente da declaração apresentada ao TSE. Voltar
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