Publicação: 11/07/2012 13:24 Atualização: 11/07/2012 13:30
O senador Demóstenes Torres acaba de ser cassado pelo plenário do Senado Federal. A votação secreta que durou quatro horas, começou às 10h desta quarta-feira (11/7) e definiu o destino do agora ex-senador. Cinquenta e seis senadores, dos 80 presentes, aprovaram a cassação. Para que o parlamentar goiano perdesse o mandato eram necessários pelo menos 41 votos dos 81 senadores da casa. O único parlamentar ausente foi o senador Clovis Fecury, que está de licença.
O ex-parlamentar foi cassado após acusações de envolvimento com o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. As denúncias surgiram há cerca de 132 dias, e desde então, Demóstenes perdeu força política e por fim o mandato. Durante o período que tentou se defender das acusações, o parlamentar chegou a pedir desculpas a cada um de seus colegas e disse ser vítima de um processo de difamação causado pelo vazamento de conversas gravadas pela Polícia Federal durante as operações Vegas e Monte Carlo. Os argumentos não convenceram nem a opinião pública e nem os demais senadores.
Demóstenes ficará inelegível por oito anos, contados a partir do fim do mandato para o qual havia sido eleito. Desta maneira, só poderá concorrer a um cargo político em 2027. No lugar dele, assume o suplente Wilder Pedro de Morais, secretário de Infraestrutura do governo de Goiás. Wilder, que é filiado ao DEM, está em viagem de férias com a mãe e os dois filhos e só retorna ao trabalho em 20 de julho.
Segunda cassação
Demóstenes Torres (sem partido-GO) é o segundo senador da história a ser cassado por colegas em plenário. Até hoje, o único que perdeu o mandato em votação por quebra de decoro foi Luiz Estevão, que integrava, pelo PMDB, a bancada do Distrito Federal. Ele foi expulso do Senado em 28 de junho de 2000, após denúncias de participar de um esquema de desvio de dinheiro público que deveria ter sido destinado à construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
Em 2007, quando era presidente do Senado Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) acabou tendo o pedido de cassação do mandato aprovado no Conselho de Ética, mas conseguiu escapar no plenário com a ajuda dos colegas. O parlamentar foi acusado de pagar pensão alimentícia no valor de R$ 12 mil à jornalista Mônica Veloso com dinheiro repassado por um lobista.
Outros quatro senadores renunciaram para evitar a cassação. Em 2001, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), já falecido, e José Roberto Arruda (sem partido-DF) deixaram o Senado depois que uma funcionária da Casa confirmou que o painel eletrônico foi violado para que os dois tivessem conhecimento de quem teria votado pela cassação de Luiz Estevão.
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), então presidente do Senado, também em 2001, renunciou depois de ser acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido no caso de desvio de verbas do Banco do Estado do Pará. Joaquim Roriz (PSC-DF) seguiu o mesmo caminho, em 2007, após vazamento de escutas telefônicas em que ele aparecia negociando a divisão de recursos milionários.
Com informações de João Valadares
O ex-parlamentar foi cassado após acusações de envolvimento com o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. As denúncias surgiram há cerca de 132 dias, e desde então, Demóstenes perdeu força política e por fim o mandato. Durante o período que tentou se defender das acusações, o parlamentar chegou a pedir desculpas a cada um de seus colegas e disse ser vítima de um processo de difamação causado pelo vazamento de conversas gravadas pela Polícia Federal durante as operações Vegas e Monte Carlo. Os argumentos não convenceram nem a opinião pública e nem os demais senadores.
Demóstenes ficará inelegível por oito anos, contados a partir do fim do mandato para o qual havia sido eleito. Desta maneira, só poderá concorrer a um cargo político em 2027. No lugar dele, assume o suplente Wilder Pedro de Morais, secretário de Infraestrutura do governo de Goiás. Wilder, que é filiado ao DEM, está em viagem de férias com a mãe e os dois filhos e só retorna ao trabalho em 20 de julho.
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Em 2007, quando era presidente do Senado Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) acabou tendo o pedido de cassação do mandato aprovado no Conselho de Ética, mas conseguiu escapar no plenário com a ajuda dos colegas. O parlamentar foi acusado de pagar pensão alimentícia no valor de R$ 12 mil à jornalista Mônica Veloso com dinheiro repassado por um lobista.
Outros quatro senadores renunciaram para evitar a cassação. Em 2001, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), já falecido, e José Roberto Arruda (sem partido-DF) deixaram o Senado depois que uma funcionária da Casa confirmou que o painel eletrônico foi violado para que os dois tivessem conhecimento de quem teria votado pela cassação de Luiz Estevão.
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), então presidente do Senado, também em 2001, renunciou depois de ser acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido no caso de desvio de verbas do Banco do Estado do Pará. Joaquim Roriz (PSC-DF) seguiu o mesmo caminho, em 2007, após vazamento de escutas telefônicas em que ele aparecia negociando a divisão de recursos milionários.
Com informações de João Valadares
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