Ao R7, apresentador falou sobre sonhos, família, rotina e fios brancos
Nina Ramos, do R7, no Rio
Divulgação/Record
Quando a direção da Record convidou Marcos Mion para assumir o comando do Ídolos no lugar de Rodrigo Faro, o “legendário” não pensou duas vezes. Mion viu no reality musical a chance para caminhar em direção ao seu grande sonho: se tornar um comunicador do povo.
O R7 conversou com o apresentador durante as audições doÍdolos no Rio de Janeiro e pode comprovar que o ex-MTV está satisfeito com o convite que recebeu. Isso o fez resgatar a bagagem que trouxe da emissora musical, misturar com o humor do Legendários (Record) e crescer como profissional.
Nem os fios brancos que já quase tomam conta de seu cabelo e barba tiram o bom humor de Mion. Com a rotina puxada, o jeito para matar as saudades da família é não sentir saudade. Mion faz questão, sempre que pode, de levar a mulher, Suzana Gullo, e os três filhos, Romeo, de sete, Donatella, de três, e Stefano, de dois anos, para as viagens ao seu lado.
Na entrevista Mion falou sobre detalhes da competição deste ano, seu sonho como profissional, referências de apresentadores e como está se virando para dar conta da agenda acirradíssima de trabalho.
Confira a íntegra abaixo:
R7 - O programa ainda está na fase das audições. O que você está achando dessa experiência até o momento?
Marcos Mion – Está sendo uma experiência muito rica pessoalmente e profissionalmente. Eu acho que o programa tem uma responsabilidade muito bonita de fazer o sonho das pessoas aflorar. Isso torna o programa muito intenso, e a minha participação mais intensa ainda, porque eu não sou um jurado. Eu não estou aqui para julgá-los, e sim para conduzi-los. Eu acabo conhecendo essas pessoas. Em todas as etapas eu estou junto deles. No final, a gente brinca, eu sei o nome, a história... Não tem como não se envolver, como não se emocionar, e criar uma relação muito intensa. Profissionalmente está sendo grande, obviamente, pela estrutura gigante. É um programa que faz sucesso no mundo inteiro.
R7 – E esta é a primeira vez que você comanda um projeto que você não teve participação na criação, não é?
Marcos Mion – É verdade. Em 13 anos de carreira, este é o primeiro projeto que eu participo e que não é meu, que eu não participei da reunião de criação. Eu chego e está tudo pronto. É bem maluco isso. Eu não sei de nada [risos]. Eu entro, faço a minha parte e vou embora. Eu só vou ver depois no ar. Por um lado, isso me dá um nervoso. Mas por outro é bom, porque finalmente eu vi como é boa a vida de um apresentador de televisão [risos].
R7 – E também é a primeira vez que você faz um reality show, certo?
Marcos Mion – É. E é muito legal, eu queria muito isso na minha vida.
R7 – Você precisou mudar seu jeito de apresentar para se enquadrar no perfil do programa?
Marcos Mion – É uma mudança do que eu faço no Legendários. É outro estilo de apresentação, porque é outro público, outra proposta. Mas eu acho que minhas características principais, meu DNA vai estar sempre presente. Todo mundo me pergunta, por exemplo, do humor. Sim, obviamente ele estará presente, até mais do que qualquer outra edição do Ídolos. Mas eu vejo isso também como uma oportunidade para eu poder dar um passo em direção a minha carreira de comunicador, e não estar estritamente ligado ao humor, como tudo que eu fiz até hoje. Desde que eu fui para a Record a minha vontade é me tornar um comunicador popular mesmo. A gente fala para muita gente. Por isso que eu acho que o Ídolos é o melhor passo que eu poderia dar nesse sentido, porque ele está entre o Legendários e um programa de domingo à tarde para a família.
R7 - A saída do Faro, que apresentou quatro edições do programa, tocou os telespectadores. Como você recebeu essa passagem de bastão?
Marcos Mion – Eu já assistia ao programa como telespectador que curte mesmo. E eu adoro o jeito do Rodrigo apresentar. Eu acho que ele desenvolveu um jeito muito carismático. Agora ele está colhendo os frutos do sucesso que ele merece mais do que qualquer um. A passagem de bastão foi muito tranquila, muito orgânica. Eu sinto que o Ídolos é muito a minha cara. Quando a Record me chamou, não existiu nenhum momento de hesitação. Eu aceitei na hora.
R7 - Você é um cara que sempre foi muito ligado com música. Apresentar o Ídolos te lembra em alguma coisa a fase da MTV?
Marcos Mion – Total. Naquela época eu nunca poderia imaginar isso. Mas todos os anos na MTV me serviram de base para eu estar aqui e ter conhecimento, saber o que as pessoas estão fazendo, por que estão sendo julgadas, o que os jurados estão falando, o que eles estão oferecendo ou não... Hoje eu me sinto como uma pessoa que conhece o lado da indústria musical no País e no mundo, e também o lado da criação musical. Eu estou em uma zona muito confortável.
R7 - Como vai ser a relação Ídolos e Legendários? Pergunto tanto sobre a sua rotina de gravações como uma possível troca entre os programas.
Marcos Mion – Sempre que o Ídolos está no ar o Legendários faz os “canjicas”. A gente leva os que não se deram tão bem para dar mais uma chance para eles. Então, provavelmente, a gente deve continuar com isso, sim.
R7 – E sobre sua rotina?
Marcos Mion – Não tenho. Acabou. Não tenho vida [risos]. Se você achar onde eu compro uma vida você me fala [risos]. Claro que eu estou muito feliz. É que a fase das audições é o X da questão. É muita viagem, muito tempo fora. Eu fico só um dia e meio em São Paulo para fazer o Legendários. E esse um dia e meio eu fico no estúdio. Eu chego das viagens na quarta de noite. Na quinta de manhã eu assisto o que aconteceu na semana inteira em A Fazenda, decupo para gravar o Vale a Pena Ver Direito e gravo a tarde inteira. Quando eu termino de gravar eu vou editar, saio da TV às 3 horas da manhã. No dia seguinte, eu preciso estar na TV às 10 horas para gravar o programa, e acaba a gravação eu vou para o aeroporto de novo.
R7 – E sua família?
Marcos Mion – Agora eles estão aqui comigo [nas audições do Rio de Janeiro]. Estou aproveitando as férias para trazê-los comigo. Caso contrário não tem como, eu não aguento de saudade. Aí eu começo a não trabalhar direito, começo a não conseguir focar. Daí a cabeça não funciona, as piadas não aparecem. Paz no coração é o que te torna uma pessoa mais aberta, mais criativa. Eu sou muito assim. Para criar, para estar bem, com a cabeça funcionando a mil, eu preciso estar muito concentrado.
R7 – Você já acompanhava o American Idol, a versão americana do programa?
Marcos Mion – Sim, sempre acompanhei como fã mesmo. Atualmente não consigo muito por conta dos horários, mas eu gosto demais. O que eles fazem lá é uma insanidade, eles são uns ignorantes [risos]. A gente olha às vezes e dá até um pouquinho de tristeza [risos]. Estou brincando.
R7 – Você já conseguiu ouvir alguma coisa na fila. Deu para ver se o nível dos concorrentes esse ano está mais alto?
Marcos Mion – Na fila é sempre muita bagunça, né. Na hora do vamos ver eu vi muita gente cantando bem, muita gente que eu passaria, mas vou te falar o contrário: os jurados estão muito mais implacáveis do que os outros anos. Eles estão muito “sangue nos olhos”. E isso é bom. Eleva o nível da competição.
R7 - Você precisa ter uma sensibilidade grande para apresentar o Ídolos, afinal, você está tratando com o sonho das pessoas, né? Você é uma ponte entre o sonho delas e o objetivo concreto e se tornar um ídolo...
Marcos Mion – Acho que preciso ter não só sensibilidade, mas tenho que ir de peito aberto e acreditar. Mesmo os “canjicas”, quando eles entram lá, eles cantam acreditando que estão indo muito bem. Você tem que acreditar e respeitar. Eu sou o fio condutor, como você falou. Eu estou lá com eles. Então quando a pessoa sai da sala de audição, seja com uma alegria intensa ou com uma tristeza absurda, a primeira pessoa que eles encontram sou eu. É uma troca muito intensa.
R7 – Você falou que seu sonho é caminhar para se tornar um comunicador do povo. Você tem alguém de referência?
Marcos Mion – Muitas pessoas. O Brasil, eu acho, é o País dos comunicadores populares. Silvio Santos, por exemplo, é a televisão. Não tenho nem o que falar. Até hoje o cara tem uma audiência boa com o jogo dos pontinhos. Ele é o cara, não tem jeito. Ele é uma referência, mas mais como trajetória. A história dele que é referência. Fora ele, o Brasil tem outras pessoas incríveis. Eu sou muito fã do Ratinho. Ele já é um cara que eu vejo mais proximidade com meu estilo, porque ele faz piada, ele fala na lata, ele desconstrói. Eu fiz minha carreira desconstruindo a televisão. Na MTV eu fui o primeiro cara que saiu do Chroma [key, efeito usado na TV para mudar o fundo do cenário]. O Ratinho tem essa característica também. Tem também o Gugu, que hoje eu tenho a honra de ocasionalmente conversar. Ele é um cara que também tem uma trajetória ótima.
R7 – Você assiste ao programa do Ratinho?
Marcos Mion – Eu gosto, sim, cara. E acho que depois dele, eu sou o maior para-raios de maluco que existe na televisão brasileira [risos]. Maluco me adora, eu estou cheio ao redor da minha vida. Mas eu sou um também. Por toda minha carreira tive esse rótulo de imprevisível.
R7 – Mion, e esses fios brancos no cabelo e na barba são resultado do trabalho?
Marcos Mion – Acontece, né [risos]. Quando eu entrei na Record eu não tinha nenhum fio branco. Cada um tem o nome de um responsável [risos]. Mas vou te falar que eu tenho o maior orgulho. Para mim, isso é cicatriz da vida. Eu sempre fui considerado o “enfant terrible” da televisão, o moleque, o cara maluco. Mas, cara, hoje eu estou com 33 anos, tenho meus filhos, casa... Eu acho que a grande sabedoria é você amadurecer seu público junto com você e angariar novos públicos. Algumas pessoas perguntam se eu não vou pintar. Não, eu não vou pintar. Eu gosto, são marcas da vida, experiência... E dá um charmezinho, né [risos].
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