Luiz Soares é um candidato que deve perder, por incoerencia absoluta

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O pensionista privilegiado do FAP anunciou-se vereador alegando solidariedade a Roberto França, Agora, o Cabeção pede voto camarão, dizendo que não vota em Guilherme Maluf

Por Enock Cavalcanti em Jogo do Poder - 17/07/2012 11:57
Luiz Soares e Wilson Santos: os dois personificaram, como ninguém, a gestão dos tucanos do PSDB em Cuiabá. E arrastaram nosso setor de Saúde para uma situação de caos jamais imaginada
Poucas personalidades são tão contraditórias, na política de Cuiabá e de Mato Grosso, como o ex-deputado estadual, ex-secretário de Saúde de Cuiabá, de triste lembrança, e o pensionista privilegiado do FAP Luis Soares, o Cabeção. Ele, que já pontificou como um dos ideólogos da social-democracia em Mato Grosso, era vendido como “a reserva moral do PSDB” e combatia com ferocidade a familiocracia de Jayme e Júlio Campos, agora disputa vaga de vereador em Cuiabá justamente pelo DEM, o partido que expressa a familiocracia de Jayme e Júlio Campos.
Quando muitos alertaram Luiz Soares para a contradição dessa sua escolha, Luiz Soares argumentou que estava entrando na campanha, acima de tudo, para apoiar o seu amigo de fé, irmão, camarada, Roberto França, que seria candidato a Prefeito. Quer dizer, o Cabeção ideológo trocava a ideologia por um voto no amigo, acabando com aquela idéia da importância do partido. Só que, politicamente acovardado como sempre, mais uma vez Roberto França recuou de sua candidatura para continuar faturando prestigio de todos os lados e de todos os partidos, sentado no trono do seu programa de televisão “Resumo do Dia”.
O fato de sair do gordo França sair da campanha não fez Luis Soares se afastar do DEM e da atual e tão contraditória subordinação política a Julio e Jayme Campos – políticos que ele vivia atacando no passado. O pensionista privilegiado do FAP está lá, continua candidato a uma boquinha na Câmara Municipal de Cuiabá. E para cúmulo da contradição, agora diz que não vai fazer campanha para Guilherme Maluf, o candidato do PSDB apoiado pelo DEM. Não vai fazer campanha contra Maluf, ao que parece, por uma rixa pessoal.
Sim, senhores! Esse é o retrato do grande ex-guru da social-democracia tucana em Cuiabá. Luiz Soares, quem diria, é mais um que destrói a própria biografia e pontifica como mais um político a atuar sem qualquer critério, sem qualquer coerencia, sem qualquer objetividade, transformando a prática da política num mero jogo de interesse pessoal e intransferível. E esse senhor ainda pretende pontificar como representante da boa e fraterna gente de Cuiabá no Legislativo municipal! Dá licença!

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CONFIRA O NOTICIÁRIO
Candidatos promovem infidelidade e já correm para o lado de adversários
Jonas da Silva
OLHAR DIRETO
A infidelidade humana comum na vida real parece atacar neste período de eleições. Em menos de uma semana de campanha já é possível notar as puladas de cerca de alguns candidatos proporcionais, à Câmara de Vereadores de Cuiabá, para apoiar candidatos a prefeito adversários de suas coligações.
As informações são dos bastidores das campanhas. É o apoio já chamado nesta eleição de alienígena. Outros casos também mostram o nível de concorrência entre candidatos, com informações que beiram à desqualificação pura e simples e ciumeira de eleições.
Um dos casos emblemáticos de infidelidade eleitoral desta campanha é o caso do filho do deputado estadual João Malheiros (PR), candidato a vice-prefeito do candidato Mauro Mendes (PSB). Em uma tacada só ele interligou três concorrentes a prefeito.
Justino Malheiros (PMDB) pedírá voto para o candidato a vereador Gean Castrilon (DEM), do mesmo partido que fez composição com o candidato a prefeito Guilherme Maluf (PSDB). O PSB de Mauro não se aliou ao PMDB, que tem o adversário a prefeito Lúdio Cabral (PT). A reportagem não conseguiu falar com Justino.
Outro caso é do ex-deputado estadual constituinte Luiz Soares, candidato do DEM, que votará para candidato a prefeito diferente da sua coligação. Seu candidato natural seria o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), com quem o DEM se aliou. Mas ele não vai pedir voto para o tucano.
Ele afirma que o partido o autorizou a fazer só sua campanha e ele está liberado para pedir voto para vereador. “Não vou fazer campanha para nenhum outro candidato a prefeito. Também não falarei mal de nenhum deles”, diz firme. “Se algum deles me convencer ao longo da campanha, vou votar. Se não, voto em branco”.
Soares afirma ser “parlamentarista por convicção” e que a atual Câmara Municipal de Cuiabá “precisa ter identidade própria, não subalterna à Prefeitura”. “O parlamento é espaço da sociedade cuiabana e precisa resgatar sua imagem. Hoje é um órgão auxiliar do prefeito, de criatura e criador. Quem mais legisla é o prefeito”, contextualiza.
O candidato era filiado ao PSDB e no ano passado filiou-se ao DEM pela proximidade e amizade que tem com o ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França, que também foi para o Democratas.
Ruídos de campanha
Outros casos sem configurar infidelidade eleitoral costumam frequentar a literatura das eleições. Sérgio Cintra, presidente estadual do PT do B e candidato a vereador na coligação do tucano Maluf, causa revolta aos demais candidatos proporcionais.
Tudo porque eles “descobriram” que o concorrente do PT do B teria certos privilégios, como fazer a agenda de Maluf, ter sala na coordenação de campanha do candidato e acompanhar Maluf em visitas.
Cintra chega a enumerar ações ao comparar que é homem de colaborar com a aliança. “Eu não tenho conhecimento. Aluguei sala e pago com meu dinheiro. O pessoal tem que se preocupar em pedir voto, largar quem está trabalhando”, afirma.
“Cedi meu escritório para fazer registro de candidatura de toda a chapa minha. Dei café, água, ar condicionado. Nem Jesus Cristo convenceu todo mundo, imagina eu”.
Ciúmes
O caso de Cintra se equipara a do secretário-geral do diretório do PSB em Cuiabá, o historiador e professor Suelme “Biela” Evangelista, pelo fato de ser da direção e ao mesmo tempo candidato, como o concorrente do PT do B. Alguns candidatos já torcem o nariz contra ele, pois ele estava à frente de todas as reuniões e mobilizações na pré-campanha.
Ainda no PSB, Roberto Campos Correa Junior, o Beto, da direção do partido, seria apoiador para a eleição do professor Suelme.
Outro dirigente do PSB, Beto, diz não haver prioridade para este ou aquele candidato. “Tem chapa de pessoas novas e temos que dar apoio por igual. É porque Suelme faz artigo?”, ironiza. “Hoje o trato como qualquer outro. O Suelme é muito próximo ao Mauro e isso iria acontecer”.
O candidato a vereador do PSB rebate informações e diz que há “muita ciumeira” e “fogo amigo”. Ele argumenta que sua escola é de formação política.
“Em relação à isonomia de procedimento do partido, isso é tudo ciúme, inveja. Minha relação de amizade com o Mauro independe de condição política. Todos têm o direito de usar a franquia de luxo”, justifica.
Suelme, que se formou na militância política estudantil no Partido Comunista do Brasil (PCdoB) quando universitário, diz já ter visitado cerca de 400 casas e tem candidatura conceitual no partido.
“A saída do Lúdio de concorrer a vereador abre enorme brecha para uma candidatura ideológica, de esquerda, de debate, como a minha”, diz. “É construção da história da minha biografia e não só prestígio com Mauro”. Ele diz fazer 11 agendas por dia, à procura de amigos de sua vida para apoiá-lo.
Em sentido contrário às histórias de traição partidária e ciumeira, como que de repúdio, candidatos a vereador do PTB estão proibidos pelo presidente municipal de Cuiabá da sigla, Lamartine Godoy, a votar e pedir voto para o candidato a prefeito do PT, Lúdio Cabral.

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