Tião admite indecisão sobre disputa e diz não temer qualquer adversário

Romilson Dourado

Prefeito Tião da Zaeli não tem apoio da família à reeleição, mas recebe incentivo de políticos, especialmente de Riva

   Com 13 dias de prazo para definir oficialmente o futuro nas eleições deste ano, o prefeito e empresário Tião da Zaeli (PSD) segue balançado quanto ao projeto de reeleição em Várzea Grande, segundo maior município do Estado. De um lado, ele enfrenta resistência da família, que o tem alertado sobre o risco de ser atacado novamente, inclusive em relação a vida pessoal, a exemplo do pleito de 2008, quando concorreu a vice de Murilo Domingos, além do desgaste político e do desestímulo pelo não-reconhecimento da população do esforço que tem feito para promover mudanças de gestão, contrapondo o grupo dos Campos que estava no poder havia 40 anos.

  Se Tião não tem apoio da família pela recandidatura, recebe incentivo da classe política, especialmente do cacique do PSD e presidente da Assembleia, deputado José Riva. Perguntado sobre que caminho seguirá, Tião disse que hoje está dividido em 50%. Admite que seus familiares sugerem deixar a vida pública, enquanto os políticos reforçam o contrário. O prefeito-empresário afirma que não tem qualquer temor de enfrentar possíveis adversários, como a ex-primeira-dama do Estado Lucimar Campos (DEM), esposa do senador Jayme Campos, e o deputado estadual Walace Guimarães (PMDB). Outro complicador para Tião é o fato do recém-criado PSD ainda não ter segurança quanto ao espaço no horário eleitoral. 

  Admite que o desgaste que enfrenta é consequência de falhas administrativas graves de gestões anteriores e que sua candidatura à reeleição será importante para escancarar o que chama de "herança maldita", com foco nos irmãos Júlio e Jayme Campos, que foram prefeitos e são parlamentares hoje e referências políticas de Várzea Grande. O prefeito diz que está cada vez mais assustado com sumiço de processos e doumentos de governos passados e isso, na sua opinião, pode até complicá-lo juridicamente no futuro. A cada solicitação do Ministério Público de documentos se torna um pesadelo para o prefeito porque em muitos casos nada encontra de registro.