No Agreste, violência contra crianças está em 2º lugar no ranking de agressões familiares

É preocupante dos casos de violência contra crianças, em Caruaru. O último foi registrado nesta última terça-feira (19). Duas meninas eram agredidas pela própria mãe. A avó delas denunciou tudo. Segundo especialistas, toda criança que sofre violência dentro de casa, tem reflexos fora. A criança tende a ficar agressiva e prefere se isolar. Segundo o Disque-denúncia do Agreste, são mais de 4.100 ligações sobre violência. Os registros englobam o segundo lugar no ranking de agressões intrafamiliares.

E quando a violência parte dos pais, que teoricamente seriam um porto seguro, a criança passa a não entender o sentido dos maus tratos. Para falar sobre o assunto, o ABTV 1ª edição convidou a psicóloga Fabiana Nascimento. No vídeo acima, veja entrevista completa.

“É muito importante que os responsáveis pela criança denunciem as agressões. No caso dos pais serem os agressores, os tios ou avós, por exemplo, devem denunciar. A criança não entende o que está acontecendo, e necessita de ajuda. Os pais que deveriam ser o porto seguro, acabam se tornando vilões. A criança entende que as reclamações e as ‘palmadinhas’ têm sentido de interdição. Mas, a agressão é um descontrole emocional do agressor. E isto, a criança não entende”, disse a psicóloga.

Nesse caso, a criança pode ter sequelas para o resto da vida. “As sequelas costumam aparecer na vida adulta. São geralmente: comportamentos agressivos; ações antissociais, no sentido de não seguir as leis sociais; se torna adolescente com problemas; pode ter retraimento social. É importante não generalizar. Nem todas vão apresentar esses traços”.

As crianças agredidas podem apresentar um distúrbio mental.  Se agressão causar lesão orgânica ou encefálica, por exemplo, a criança pode apresentar alguns tipos de comprometimentos. “Como um caso que eu já acompanhei, no qual a criança desenvolveu mutismo. A criança não falava mais, porque uma área do cérebro, responsável pela linguagem, foi danificada”.