Comitê de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas tem uma sede em Sorocaba

Notícia publicada na edição de 24/06/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno E - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Desde 2010, Sorocaba é uma das sedes do Comitê Regional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Iniciativa da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, ao todo são 14 comitês regionais espalhados pelo Estado. Conforme a presidente do comitê de Sorocaba, Emanuela Oliveira de Almeida Barros, a ação principal é na questão da prevenção, articulação e mobilização da rede de apoio na cidade.

Emanuela afirma que um dos motivos de desaparecimento de pessoas é o tráfico humano e que os dados são alarmantes: 83% das vítimas são mulheres e crianças do gênero feminino e, desse total, 48% são menores de 18 anos. "O tráfico humano envolve adoção ilegal, trabalho escravo, exploração sexual e venda de órgãos e tecidos", esclarece.

Emanuela lembra que recentemente o comitê cuidou do caso de uma boliviana que veio ao Brasil para trabalho escravo em uma fábrica situada no bairro Bom Retiro, em São Paulo, e depois de descoberto ficou na Casa Abrigo de Sorocaba. "A cidade está numa região cortada por três rodovias, ao redor temos cidades pobres, e o tráfico surge a partir de condições subumanas, que favorecem o aliciador. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU) é o pior desrespeito à pessoa humana", observa.

O Brasil é, de acordo com as estatísticas, o maior fornecedor de mulheres sejam elas jovens, adolescentes e crianças da indústria do sexo para os países de primeiro mundo. "Principalmente Itália e Espanha, que também usam nossas mulheres para retirada de órgãos", diz.

Ainda de acordo com Emanuela, o Brasil, apesar de ser signatário do Protocolo de Palermo, que trata da punição ao tráfico de pessoas, não possui uma legislação que puna esse tipo de crime. "O tráfico humano é um dos crimes mais rentáveis que existe, perde só para o tráfico de armamentos. A renda anual é de US$ 32 bilhões no mundo."

Outro problema do Brasil é a ausência de dados. "A última pesquisa com relação a esse assunto foi feita há mais de 10 anos. Uma das funções do comitê é levantar essas estatísticas", esclarece, acrescentando que o Brasil não apenas exporta pessoas como também realiza muito tráfico interno. "Não temos o poder de acompanhar os casos ainda. Ainda não temos legalidade para atuar de perto, caso a caso, porém o decreto está em vias de ser aprovado para que o comitê possa ser mais atuante."

No caso de tráfico humano, a denúncia pode ser feita pelo telefone 181. (Daniela Jacinto)

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