POLICIA MT:Região do ABC registra mais de 300 estupros em 2011

Pelo menos nove dos casos são atribuídos a um mesmo suspeito.
Homem aparece com capacete em imagens, o que dificulta investigações

Os dados de violência a mulheres na região do ABC em 2011 são alarmantes. De janeiro a outubro foram registrados mais de 340 estupros em Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e outras cidades vizinhas. Pelo menos nove casos são atribuídos a um mesmo suspeito: um maníaco que está sempre de moto e usa o capacete durante o ataque para dificultar a identificação.

Uma das vítimas disse à equipe de reportagem do SPTV que “sua vida parou completamente” e tem medo de sair sozinha. A mulher também parou de trabalhar e não foi mais para a faculdade. Uma jovem de 24 anos foi estuprada em setembro e, desde a época do crime, faz tratamento psicológico para tentar superar o trauma da noite em que chegava em casa e foi atacada por um homem de moto, armado.

Imagens foram feitas por uma câmera de segurança e mostram o suspeito dos estupros em uma motocicleta preta e armado com revólver. O homem, porém, nunca tira o capacete, o que dificulta a investigação. “Eu tenho impressão de que se trata da mesma pessoa. Pelo modo que ela age, pelo modo que ela procura se encobrir, nunca retira o seu capacete, dificultando assim o reconhecimento. São detalhes mínimos que podem chegar a um esclarecimento”, afirma Nelson Noronha Nassif, delegado titular do 8º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.

O delegado diz também que está trabalhando com as delegacias das outras cidades do ABC e da capital paulista para tentar identificar e prender o estuprador. Com base nas informações das vítimas, a polícia fez um retrato falado do criminoso, que é negro, tem aproximadamente 30 anos e 1,80 m de altura.

O retrato falado está espalhado pelo comércio da região. Nas ruas, a preocupação entre as mulheres fica evidente. “Evito ao máximo sair de casa. Só para ir para escola, no máximo. Fico em casa o tempo inteiro”, afirma a estudante Aurea Alves Menezes.

As mulheres da região esperam que o criminoso seja preso logo. “Com meu cachorro eu nem saio mais. Fico com ele no portão, pela questão mesmo da segurança. A gente está muito mais vulnerável do que segura”, diz a atendente de pet shop Claudia Crispim de Souza.