José Riva se eterniza na presidência da Assembleia

EDUARDO GOMES - Pela sexta vez o deputadoJosé Riva (PSD) assume a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O ato será amanhã, às 9h, com pouca formalidade, porque Riva é o único personagem na transmissão, que será dele para ele.

A militância política de Riva começou em 1982 quando foi eleito prefeito de Juara.  Riva é deputado estadual desde 1995. Em 18 anos na Assembleia a presidiu por 10 anos e agora inicia mais um biênio à frente daquele parlamento. Também nesse período o deputado foi primeiro-secretário da Mesa Diretora por quatro anos.

Nas últimas quatro eleições Riva foi o mais votado para deputado estadual em Mato Grosso. Em 2006, proporcionalmente foi campeão nacional para o cargo; em 2010 recebeu 93.594 votos. Sua carreira política começou no PMN, depois se filiou ao PSDB e ao PP e, com a recente criação do PSD liderou sua formação no Estado.

Paralelamente ao fortalecimento de seu nome no âmbito estadual e junto aos demais deputados, que são – com raras exceções - meros homologadores de seu nome para a presidência, Riva perde terreno em seu município, Juara, onde na eleição de 2010 ficou em segundo lugar sendo vencido pela deputada Luciane Bezerra (PSB), que também é daquela cidade. Na eleição municipal do ano passado, seu candidato à reeleição em Juara, Alcir Paulino (PSD) foi menos votado que Oscar Bezerra (PSB), que somente não foi empossado por ser condenado enquanto ficha suja. Também em 2012, o irmão de Riva, Paulo Rogério Riva (PSD), perdeu a eleição para prefeito de Tabaporã.

A vida de Riva é uma mistura de vencedor nas urnas e de campeão em ações judiciais. O Ministério Público move mais de uma centena de ações contra ele por improbidade administrativa, formação de quadrilha e outros crimes que supostamente teria praticado na presidência da Assembleia. O deputado nega tais autorias.

Riva tem duas condenações colegiadas enquanto ficha suja. Numa delas, teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral, por suposta compra de votos em Santo Antônio de Leverger, na eleição de 2006. Além dessas condenações o deputado está com os bens bloqueados para garantir eventual ressarcimento de R$ 2,2 milhões que ele juntamente com o então deputado Humberto Bosaipo que ora é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e oito servidores da Assembleia teriam desviado daquele parlamento em 2002, segundo o Ministério Público. Riva nega que tal fato tenha ocorrido e recorre na tentativa de desbloquear seus bens.