A Central de Atendimento à Mulher, conhecida como Ligue 180, foi criada em 2005 para fornecer orientação a mulheres em situação de violência, disponibilizando acolhimento, orientação com relação aos seus direitos e encaminhamento para os diversos serviços da Rede de Enfrentamento à Violência contra Mulheres em todo o Brasil. O atendimento é gratuito e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados.
O serviço tem contribuído para que muitas mulheres consigam quebrar o silêncio e buscar ajuda. Desde sua criação até o final de 2012, o serviço já forneceu atendimento a mais de três milhões de mulheres. De acordo com Clarissa Carvalho, coordenadora do Ligue 180, muitas mulheres deixam de procurar ajuda por se sentirem intimidadas e não quererem se expor em uma delegacia, por exemplo. “O atendimento pelo Ligue 180 possibilita que elas consigam dar o primeiro passo, obtendo informações sobre a Lei Maria da Penha e orientações sobre os serviços especializados próximos de onde moram”, diz.
Em outubro de 2011, o Ligue 180 expandiu sua cobertura para a Espanha, Portugal e Itália, visando os casos de violência contra as mulheres brasileiras fora do país. A expectativa é que o 180 internacional se expanda para outros países em breve.
Estatísticas
As informações mais solicitadas ao Ligue 180 dizem respeito à Lei Maria da Penha e ao funcionamento da rede de atendimento direcionada às mulheres.
O primeiro semestre de 2012 registrou um aumento de mais de 13% no total de registros em relação ao mesmo período de 2011. De janeiro a junho de 2012, uma média de 65 mil atendimentos foram realizados por mês. Dentre os tipos de violência mais relatados, a física é a mais frequente. No ranking de procura ao Ligue 180, o Distrito Federal ocupa o primeiro lugar, seguido por Pará e Bahia.
Para Clarissa, os dados não revelam necessariamente um aumento da violência. “O que está acontecendo é que as mulheres estão se informando mais, o serviço está sendo cada vez mais divulgado e elas acabam denunciando mais porque estão cada vez mais intolerantes com a violência”, ressalta.
Embora não funcione como um disque denúncia e sim como uma Central de Atendimento, casos de tráfico de pessoas e de cárcere privado são encaminhados à Polícia Federal e ao Ministério Público do estado, respectivamente. Durante o primeiro semestre de 2012, a Central atendeu 211 casos de cárcere privado e 17 denúncias de tráfico de mulheres.
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