Serys chama PT de "machista" em MT e declara voto em Mendes


Para Serys, lideranças do PT no Estado são preconceituosas e não gostam de mulheres na política

reportermt
Militante histórica, a Serys Marly deixou o PTMilitante histórica, a Serys Marly deixou o PT
ANDRÉA HADDAD

Ao anunciar a desfiliação do PT na manhã desta quinta (25), a ex-senadora e ex-deputado estadual por três mandatos consecutivos, Serys Marly, chorou ao relatar os 25 anos de luta pela consolidação do partido no Estado, reclamou do suposto isolamento interno imposto pela corrente Construindo um Novo Brasil, o antigo Campo Majoritário, e declarou voto no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Cuiabá ao empresário Mauro Mendes (PSB). Segundo Serys, o postulante pelo PT ao Palácio Alencastro, Lúdio Cabral, entregou-se e é totalmente submisso ao grupo liderado pelo ex-deputado federal Carlos Abicalil e deputado estadual Alexandre César.


Durante a coletiva, no plenário Ana Maria do Couto, na Câmara de Cuiabá, a ex-senadora disse que decidiu anunciar a saída antes do término das eleições para não ser taxada de “oportunista” com a vitória de qualquer um dos candidatos. Ela também não descartou a possibilidade de, longo do PT, participar de atividades político-partidárias ligadas ao grupo de Mauro. “Se quiserem conversar comigo, vou dialogar sem problema algum com o Mauro Mendes, faz parte do processo democrático”.

Ao relatar o isolamento interno com lágrimas nos olhos, Serys disse ter recebido telefonema de Lúdio, em meados de agosto, para que participasse da campanha. “Falei que estava pronta para conversar, mas que ele também deveria convocar os membros do Campo Majoritário para entrarmos num consenso em torno do projeto à prefeitura, pois não poderíamos continuar daquela forma. Lúdio ficou de conversar com Alexandre e Abicalil e retornar, mas nunca mais recebi um telefonema dele”.

Serys disse deixar a legenda “em um momento dolorido e com o coração partido ao ver que o PT não é mais aquele”. Ela descartou a possibilidade de filiação imediata em uma nova legenda, mas demonstrou disposição em concorrer ao pleito de 2014. “Quero continuar, sim, ajudando homens e mulheres do meu Estado”.

Indagada se o momento do anúncio não prejudicaria Lúdio, a ex-senadora minimizou. “Não creio que enfraquece, acho que o povo já tem a opinião formada”.

MACHISMO

Na avaliação de Serys, lideranças do diretório estadual do PT são preconceituosas e não gostam de mulheres com pulso firme e autonomia na política. “A cúpula do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso não gosta de mulheres na política, há discriminação”, disparou. Ela aproveitou para manifestar indignação com a Executiva Nacional. “Não houve reação alguma, o Campo Majoritário é o Campo Majoritário, o Zé Dirceu está ai para todo mundo ver”.