Policial que matou secretário é eleito vereador em Santo Antônio


Redação
A próxima legislatura na Câmara Municipal de Santo Antônio do Leverger promete ser bastante conturbada, levando em consideração o histórico da campanha eleitoral. O motivo é que 3 candidatos envolvidos num episódio que acabou no assassinato do então secretário de Obras, Isaías Vieira Pires, 62 e outras 2 pessoas feridas por tiros, foram eleitos pelo mesmo partido, o PDT e portanto, terão que conviver juntos.

Acontece que entre eles, estão a filha da vítima, Regiane Patrícia Lopes Pires, a Patrícia Vieira eleita como a vereadora mais votada e também o policial militar Marcelo Robson Queiroz Moura, 38, que atirou e matou o pai de Patrícia. Na cidade de 18,4 mil habitantes foram eleitos 11 vereadores.

O terceiro envolvido na confusão que também foi eleito é Adelmar Genésico Galio (PDT) filho do atual secretário de Agricultura Edmar Galio. O policial militar é do mesmo partido, PDT. Outro fato, no mínimo curioso é que o Partido Democrático Trabalhista, no âmbito estadual e municipal decidiu não aplicar nenhuma punição administrativa aos envolvidos na confusão, por entender que o policial militar Marcelo Queiroz agiu em legítima defesa.
Patrícia foi a vereadora mais votada com 526 votos. O policial Marcelo recebeu 298 votos e o Adelmar também envolvido na confusão se elegeu com 374 votos.
O presidente estadual do partido, deputado Zeca Viana disse que conversou com o presidente do diretório municipal em Leverger, o empresário Valdir Pereira de Castro Filho, conhecido como Valdizinho do Posto e o entendimento da sigla foi de que nenhuma sanção administrativa seria aplicada aos envolvidos. “O partido entendeu que o Marcelo agiu em legítima defesa ao se defender quando era agredido. Infelizmente ele tinha uma arma no carro então a sacou e atirou”, enfatizou Viana.
Na esfera criminal, o policial responde ao processo em liberdade. Ele foi preso em flagrante no dia da confusão, em 5 de setembro e ganhou liberdade no dia 18 de mesmo mês, quando o relator, desembargador Paulo da Cunha da 1ª Câmara Criminal concedeu habeas corpus ao acusado. Desde então ele responde ao processo em liberdade. Na fase do inquérito policial ele confessou que atirou nos agressores, mas afirmou que agiu em legítima defesa. Afirmou à Polícia Civil que foi agredido pelo secretário, sua filha Patrícia, e pelos seus funcionários, o motorista Fagner Souza Rosa, alvejado com um tiro no abdome, mas sobreviveu e o bombeiro aposentado Airton Miro de Arruda, ferido por estilhaços no braço.
O atentado político ocorreu após confusão na reunião do diretório municipal do PDT por volta das 17h do dia 5 de setembro quando a Comissão de Ética do partido, presidida pelo policial Marcelo Queiroz discutiam a abertura de processo de expulsão de 4 infiéis, sendo o secretário Isaías, seus filhos Patrícia Vieira e o vereador Isaías Júnior, vereador da cidade, além de Adelmar Genésico Galio (PDT).