PF apreende camisetas em escritório de Lúdio; PT suspeita de armação


As camisetas com os dizeres ‘Federal’ e “Apoio o Movimento Federal Contra a Corrupção” lembra o uniforme da Polícia Federal 


RONALDO PACHECO 
A Polícia Federal apreendeu 200 camisetas no escritório do PT, que funciona no 9º andar do Centro Empresarial Paiaguás, na Avenida Rubens de Mendonça (CPA), pouco após o horário de almoço de hoje, 27.

A coordenadoria jurídica do candidato Mauro Mendes (PSB) denuncia abuso de autoridade e que as camisetas seriam utilizadas para intimidação de eleitores e até para compra de votos. Já a coordenação de Ludio Cabral (PT) vê armação dos adversários, numa ação desesperada por causa de possível queda nas pesquisas.

Tchélo Figueiredo/Michel Alvim
As camisetas com os dizeres ‘Federal’ e “Apoio o Movimento Federal Contra a Corrupção” lembram o uniforme da Polícia Federal.
O coordenador jurídico de Mendes, José Antônio Rosa, aponta que a gravidade está no fato de as camisetas serem extremamente semelhantes às utilizadas pela PF, em dia de eleições ou operações em que não haja necessidade de uso de coletes à prova de balas. Nas camisetas estão escritos ‘Federal’ e “Apoio o Movimento Federal Contra Corrupção”, insinuando estar vinculado à própria Polícia Federal, o que é proibido por lei.

“Cuiabá possui 167 locais de votação e a equipe do senhor Eder [de Moraes Dias] mandou produzir 200 camisetas iguaiszinhas às da PF. Qual a interpretação clara? Essas pessoas provavelmente se passariam por policiais federais para intimidar nossos eleitores e, talvez, até comprar votos”, afirmou ele.

José Rosa citou que a produção do material foi solicitada pelo cidadão Helio Correa, assessor direto de Eder, à Chiroli Uniformes, empresa autora da denúncia à Polícia Federal.

O coordenador geral da coligação do candidato Mauro Mendes, deputado Emanuel Pinheiro (PR), disse que está reforçando a fiscalização e que o caso é extramente grave. Ele pediu para a coordenadoria jurídica avaliar, inclusive, por conta desse espisódio, o pedido de cassação do registro da candidatura do vereador Ludio Cabral (PT).

Marcos Lopes/HiperNotícias
O coordenador geral da coligação pró Ludio, deputado Alexandre Cesar (PT), afirmou que tudo não passa de armação contra o candidato petista.
O coordenador geral da coligação pró Ludio, deputado Alexandre Cesar (PT), afirmou que tudo não passa de armação contra o candidato petista. “É tudo armação de quem está desesperado, por causa da iminência da derrota. Quem fez a denúncia foi candidato a vereador na chapa do candidato deles”, afirmou Alexandre, referindo-se ao fato de José Neves Chiroli (PSB) ter tentado conquistar uma cadeira na Câmara de Cuiabá, na chapa proporcional de Mauro Mendes.

A coordenadoria jurídica de Ludio, segundo Alexandre Cesar, conseguiu provar que o candidato derrotado a vereador José Neves Chiroli, proprietário da empresa de uniformes e autor da denúncia, teria participado da armação para tentar incriminar o PT. Porém, não explicou a forma da armação.

A coligação pró Ludio teria estranhado o fato de que Chiroli chegou ao escritório do PT acompanhado de agentes da PF, sem mandado de busca e apreensão ou qualquer tipo de decisão judicial. “Foi uma arbitrariedade vista somente no período de exceção”, protestou o dirigente petista.

Além disso, o senhor Helio Correa, acusado de ter efetuado o pedido das camisetas, desafiou Chiroli a apresentar provas do fato. “Não havia sequer nota fiscal, mas, sim, apenas um pedido de orçamento da Chiroli Uniformes, sem qualquer assinatura”, informa o advogado José do Patrocínio, coordenador jurídico da Coligação Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.

“Esse tipo de armação é muito grave e tem de ser apurado a fundo pela Polícia Federal, Ministério Público e Justiça Eleitoral, para que os responsáveis sejam identificados e punidos”, cobrou José do Patrocínio.

O delegado Cristiano Nascimento dos Santos, responsável pelo inquérito na Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso, ouviu cinco pessoas, entre elas Helio Correa e Chiroli, e, depois, liberou-as. Ele encaminhou as camisetas para serem guardadas como provas para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Cristiano Nascimento não quis falar com a imprensa e a assessoria da PF informou que o caso seria tratado como ‘investigação eleitoral’, cabendo ao TRE se pronunciar sobre os passos seguintes.
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