Da Redação
O presidente da Câmara Municipal de Várzea Grande, Maninho de Barros (PSD), afirmou que declinará de assumir o cargo de prefeito do município, caso o Legislativo decrete afastamento do atual gestor, Tião da Zaeli, do mesmo partido. Zaeli responde por denúncia protocolada na Câmara pelo ex-procurador Antônio Carlos Roque. É acusado de não se desincompatibilizar de suas empresas antes de assumir o posto de vice do ex-prefeito Murilo Domingos (PR), em janeiro de 2009. Maninho mantém poder para decidir o assunto, sem que a matéria passe por votação em plenário.
O vereador promete ingressar com documento hoje junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em que refuta a chance de ocupar a função de Zaeli. Após análise da assessoria jurídica da Câmara, caberá exclusivamente ao presidente do legislativo decidir pelo afastamento ou não de Zaeli. “Não precisa passar por votação, eu posso fazer isso por ato do presidente”, explicou. E preferiu não mencionar a possibilidade de vir a decretar o fim do mandato de Zaeli.
“Vou aguardar a posição da assessoria jurídica que vai ouvir a defesa do prefeito. Depois vamos avaliar essa matéria”, ponderou.
A publicação da notificação foi feita em jornal diário de circulação no município. Zaeli tem prazo de 5 dias para se defender. Mas de antemão, entende que a acusação é infundada, destacando que se desincompatibilizou das empresas no período legal. E trata o tema como espécie de articulação política na cidade visando desestruturar a administração. Nos bastidores políticos da cidade comenta-se em quadro de insatisfação de parlamentares com o contexto da campanha eleitoral.
Zaeli passou por situação de saia-justa na campanha, com cobrança sistemática de vereadores que concorreram à reeleição, para apoio em forma de recursos à campanha. Foi um dos motivos que teriam levado Zaeli a analisar possível desistência da disputa, o que não ocorreu.
Maninho disse que não tem intenção alguma de assumir a máquina pública nessa etapa da gestão. “Não quero assumir a prefeitura e se acontecer de o prefeito ser afastado, eu renuncio”, acrescentou.
Maninho deixou o DEM em 2011 para aderir ao PSD, sigla idealizada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O prefeito comanda a agremiação no município, e foi responsável pelas articulações que asseguram desfiliação em massa de vereadores do Democratas, para adesão ao PSD.
Zaeli disse que não está preocupado com o tema, porque tem certeza da legalidade de sua posição no comando da cidade. Fez questão de frisar que seu objetivo no momento é garantir a entrega do cargo ao prefeito eleito, Walace Guimarães (PMDB), dentro do que prevê a legislação, com equilíbrio do caixa público. Zaeli, que assumiu definitivamente a prefeitura em agosto de 2011, foi autor de ações na administração como a realização de auditoria nas contas públicas.
Reclama do desempenho das finanças, com déficit mensal de R$ 4 milhões em meados do ano passado. Foi o responsável por implementação de mudanças para enxugamento de gastos, como a instituição de almoxarifado central. Após as eleições de 2012, prefere não avaliar projeto político futuro, mas se torna um forte nome para as próximas eleições, podendo concorrer a cargos como o de deputado estadual. Ele tem mantido contato com Walace para discutir a transição de governo.





