Delegado da PF admite intimar Eder para depôr sobre camisetas falsificadas


Da Redação
Os boatos aventados por alguns órgãos de imprensa na tarde deste sábado (27), véspera das eleições do segundo turno de que o polêmico Eder Moraes, ex-diretor da Secopa teria sido detido para prestar esclarecimentos na Polícia Federal neste sábado (27) ainda podem se tornar realidade. O delegado da PF, Cristiano Nascimento que investiga as denúncias de crimes eleitorais confirmou que Eder não foi detido e nem ouvido, mas essa possibilidade existe. “Não está descartada a possibilidade de ouvirmos ele [Eder Moraes] no episódio das camisetas”, informou o delegado neste domingo na sede do TRE, onde o presidente do órgão concedeu uma coletiva para falar sobre o andamento das eleições.
Moraes poderá ser intimado para prestar esclarecimentos sobre a apreensão de 200 camisetas pretas que imitavam os uniformes da Polícia Federal e que provavelmente seriam utilizadas durante a votação deste domingo. “Existe uma investigação em andamento e tudo indica que a Justiça Eleitoral pedirá instauração de um inquérito. A Polícia Federal poderá intimar a qualquer momento o Eder Moraes e qualquer outra pessoa que possa auxiliar na investigação para que preste depoimento sobre o caso” afirma o delegado. Moraes é um dos apoiadores da campanha de Lúdio Cabral (PT) e tem angariado o apoio de diversas lideranças comunitárias. Mesmo assim, o coordenador de campanha de Lúdio, o deputado estadual Alexandre César afirmou que Eder Moraes não fala em nome do partido, pois é apenas um colaborador como vários outros. Mas ressaltou que seu apoio é e sempre foi muito importante.
A apreensão se deu em um dos escritórios do PT situado no edifício Paiaguás, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA). As camisetas que continham as mensagens “Apoio o movimento federal contra corrupção” na manga e “Federal” na frente e nas costas já foram entregues à juíza eleitoral Gleide Bispo Santos da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá. De acordo com o delegado Cristiano Nascimento, os levantamentos apontam que a intenção de quem encomendou as camisetas era usá-las neste domingo durante as eleições para promover algum tipo de pressão na população. “O que não sabemos ainda para qual fim seria essa pressão”, acrescenta Nascimento.

De acordo com ele, pelo menos um crime já ficou configurado. A falsificação, fabricação ou alteração de marca, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública está descrita no artigo 296 do Código Penal que engloba também a falsificação de selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião. A pena é de 2 a 6 anos de prisão e pagamento de multa tanto para quem pratica quanto para quem faz uso do material ilegal. Conforme o delegado, 3 integrantes do comitê do partido onde houve a a preensão e também a empresa Chiroli Uniformes responsável pela confecção das camisetas já foram ouvidos. As investigações continuam.
PF nas eleições
De acordo com o delegado Cristiano Nascimento, a Polícia Federal disponibilizou um efetivo de 90 homens para trabalhar nestas eleições do segundo turno, em Cuiabá. Desde a noite de sábado, eles têm realizado diversas diligências e checado informações que chegam até eles, mas até a manhã deste domingo, nada havia sido confirmado, ou seja, sem prisões ou apreensões desde a noite que antecede a votação.
Em todo caso, os policiais continuam trabalhando. O delegado orienta os eleitores que se forem abordados por qualquer pessoa que se apresentar como policial federal, o ideal é que peçam ao agente para se identificar com pelo nome e cargo. “São procedimentos padrão da Polícia Federal. Todos os servidores precisam se identificar ao abordar uma pessoa”, ressalta Nascimento. Qualquer prisão em flagrante que for efetuada pelos agentes por crimes transporte irregular de eleitores ou compra de votos, será encaminhada para a PF.
Sobre a denúncia da existência de uma possível quantia de R$ 8 milhões para a compra de votos em Cuiabá, o delegado reforçou que não existiu a apreensão do dinheiro, mas as investigações continuam.