Jornal Correio/Marcio Camilo
Além da greve dos médicos, população enfrenta falta de estrutura e remédios
Médicos da prefeitura de Várzea Grande vão hoje a Justiça tentar resolver o impasse que se estabeleceu na Saúde do município. No Tribunal de Justiça haverá uma audiência de conciliação. O objetivo é acabar com a greve dos médicos, que já dura três meses.
A presidenta do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed), Elza Queiroz, acredita que agora a prefeitura vai tratar o assunto com mais seriedade. “Quando a situação vai parar na justiça, os gestores têm costume de tratar o assunto de maneira diferente. Entendo que até agora, a prefeitura Várzea Grande não tratou o assunto com seriedade, pois a greve dos profissionais da saúde dura três meses”, explanou.
Queiroz ressaltou que acredita numa eventual conciliação entre as partes. “A torcida é que até antes mesmo de entrarmos para a sala de conciliação, prefeitura e sindicato dos médicos já tenham entrado num acordo para por fim de vez na greve”.
Quanto aos atrasos salariais, a presidenta do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed), destaca que a prefeitura regularizou o pagamento dos profissionais. Entretanto, ela destacou que médicos, enfermeiros e demais profissionais vivem num ambiente de insegurança. A prefeitura costuma realizar os pagamentos com dez dias de atraso. “O próximo salário, referente ao mês de setembro, os médicos não sabem quando irão receber”, afirma.
Mas o principal problema nem chega ser os atrasos salariais. Segundo a assessoria jurídica do sindicato dos médicos, o motivo da greve é a falta de condições de trabalho dos profissionais, plano de carreira para a categoria. Segundo a assessoria, no pronto-socorro de Várzea Grande faltam medicamentos e matérias básicos, como gazes, seringas e luvas. Quanto ao plano de carreira, há médicos que há 11 anos renovam o contrato com a prefeitura e dessa forma não conseguem ter benefícios e segurança no cargo.
A prefeitura via Secretária de Saúde, alega que não tem condições de implantar o plano de carreira do jeito que a classe médica exige. A prefeitura defende a implantação de modo gradativo, pois alega não ter capacidade para implantar de uma só vez o plano. Já os médicos defendem a implantação do plano de modo imediato.
A prefeitura reclama da falta de recursos por parte do Governo de Mato Grosso, para se investir adequadamente no pronto-socorro. Antes eram 4 verbas - no valor de R$ 1.2 milhão cada - que estavam em atraso. Atualmente o governo quitou dois repasses, referentes a julho e agosto.





