Vice-presidente da República vem a Cuiabá; Silval é alvo de críticas
LAÍSE LUCATELLI - MIDIA NEWS
A uma semana das eleições, muito bate-boca entre os candidatos, denúncias, processos e troca de acusações agitaram o cenário eleitoral em Mato Grosso.
Em Cuiabá, as pesquisas apontaram que Lúdio Cabral (PT) encostou em Mauro Mendes (PSB), registrando-se um empate técnico.
Mendes acusa Guilherme Maluf (PSDB) e Adolfo Grassi (PPL) de serem laranjas do petista e, de quebra, pede a cassação do registro de candidatura de Lúdio e do nanico.
Em Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM) cai, mas mantém liderança.
O empresário Aldo Locatelli e o ex-secretário de Estado Eder Moraes protagonizam novo bate-boca pela imprensa, com troca de acusações.
Em Lucas do Rio Verde, a denúncia de um suposto acordo entre o candidato Rogério Ferrarin (PMDB) e o juiz eleitoral faz o cenário pegar fogo.
Mensalão
Os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber e Carmen Lúcia, do STF, votaram pela condenação de 12 réus do processo do Mensalão - entre eles, o deputado federal Pedro Henry (PP).
Eleições em Cuiabá
Lúdio alcança Mendes e ambos já aparecem empatados tecnicamente, com 37,5% e 34,5%, respectivamente, em pesquisa divulgada pelo instituto Voice no começo da semana.
Já o instituto Gazeta Dados aponta Mendes com 38%, e Lúdio com 36%.
Após cair nas pesquisas e perder a liderança isolada, empatando com o candidato petista, Mendes resolveu mudar o discurso e se disse confiante em uma vitória no primeiro turno.
Mauro Mendes (PSB) trouxe a Cuiabá o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), em uma tentativa de descontruir a tese de alinhamento político do adversário Lúdio Cabral (PT). A proposta de alinhamento com os governos estadual e federal foi duramente combatida pelos aliados de Mendes. O mais incisivo foi o senador Pedro Taques (PDT), que tachou a tese de “improbidade administrativa”.
Mauro Mendes (PSB) criticou a participação do governador Silval Barbosa (PMDB) na campanha eleitoral, e afirmou que o governante deveria resolver os problemas do Estado – principalmente os da área de Saúde –, antes de se engajar nas campanhas dos aliados.
Em terceiro lugar nas pesquisas, Guilherme Maluf (PSDB) admite possibilidade de não ir ao segundo turno e defende que o PSDB adote postura neutra.
O Procurador Mauro (PSOL) prometeu anular o contrato de concessão dos serviços de água e esgoto de Cuiabá, com base em uma suposta ilegalidade do procedimento. De quebra, ele ainda afirmou que há indícios que a Sanecap foi “vendida a preço de banana”.
Carlos Brito (PSD) revelou uma ponta de mágoa com os líderes de seu partido, por não tê-los de forma mais participativa em sua campanha, sobretudo, nos programas exibidos no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. As ausências mais sentidas foram do vice-governador Chico Daltro, e dos deputados José Riva e Eliene Lima.
Ataques no horário eleitoral
Mauro Mendes (PSB) acusa Lúdio Cabral (PT) de ter “comprado” o nanico Adolfo Grassi (PPL), e pede na Justiça Eleitoral a cassação do registro de candidatura dos dois candidatos.
O candidato Lúdio Cabral (PT) criticou o fato de seus adversários usarem o horário eleitoral para atacar o Governo do Estado, e afirmou que essa atitude é uma tentativa de atingi-lo.
O governador Silval Barbosa (PMDB) classificou as críticas ao seu governo como “desespero de campanha”.
Guilherme Maluf (PSDB) dedicou seu programa eleitoral da última sexta-feira (28) a desconstruir o discurso do adversário Mauro Mendes (PSB), de que ele teria viabilizado a construção do Residencial Santa Terezinha, com quase 4 mil casas, enquanto presidia a Fiemt. O tucano afirmou que o adversário tem um “jeito mentiroso de fazer política”.
Prontamente, o coordenador da campanha de Mendes, deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), acusou Maluf de atuar como laranja do petista Lúdio Cabral.
Prefeitos “meia-boca”
A polêmica declaração do cacique Carlos Bezerra (PMDB) de que Cuiabá só teve prefeito “meia-boca” rendeu bons capítulos ao longo da semana. O primeiro a reagir foi o candidato a vice de Mauro Mendes (PSB), João Malheiros (PR), que escreveu um artigo intitulado "Mexeu com os meus, mexeu comigo!" O republicano aproveitou para alfinetar o vereador Francisco Vuolo, e disse que ele deveria sair em defesa da honra do seu pai.
“Quem é ele para falar de moral? Antes de dizer qualquer coisa a meu respeito, ou da minha família, ele deve se olhar no espelho”, reagiu Vuolo, que ainda chamou Malheiros de “traiçoeiro”.
O prefeito Chico Galindo (PTB), por sua vez, revidou chamando Carlos Bezerra de deputado “meia-boca”, pois não teria feito nada por Cuiabá.
O cacique do PMDB considerou as reações “exageradas” e reafirmou que Cuiabá nunca teve um prefeito completo, que fizesse políticas públicas 100%
Eleições em Várzea Grande
Nessa reta final, Lucimar Campos (DEM) ainda lidera as pesquisas de intenção de votos para a Prefeitura de Várzea Grande, mas apresentou considerável queda. Pela pesquisa do Instituto Voice, o prefeito Tião da Zaeli (PSD) aparece na segunda colocação.
De acordo com o instituto Gazeta Dados, a segunda posição pertence ao candidato Walace Guimarães (PMDB).
Com a queda da líder Lucimar nas pesquisas, as trocas de farpas se intensificaram entre os candidatos. A democrata disparou contra o adversário Walace Guimarães, e o acusou por ser responsável pelo caos na saúde, não ter feito nada, apesar de ser deputado e do mesmo partido que o governador Silval Barbosa (PMDB). E ainda apontou que a esposa do peemedebista está recebendo salário sem trabalhar
Walace rebateu Lucimar e a chamou de “mimada”, por ter sido sustentada pelo marido Jaime Campos (DEM) às custas do poder público.
Grampo em Lucas do Rio Verde
Um áudio que revela um suposto diálogo entre o candidato a prefeito de Lucas do Rio Verde pelo PMDB, Rogério Ferrarin, e o juiz eleitoral André Gahyva, causou um verdadeiro terremoto na campanha eleitoral em Lucas. A gravação, que ninguém sabe se é verdadeira ou apenas uma armação, seria evidência de um acordo entre o candidato e o juiz para prejudicar o adversário Otaviano Pivetta (PDT).
O juiz André Gahyva negou o encontro e as denúncias.
Rogério Ferrarin, por sua vez, se disse vítima de uma “armação milionária” de Pivetta, e disse que o áudio foi forjado.
Após a denúncia, o juiz foi afastado e substituido pelo Dr. Bruno D’Oliveira Marques .