A edição de sábado, dia 23, integrava uma reportagem sobre um sacristão que, no concelho de Azambuja, estará a ser investigado por suspeitas de abusos sexuais a menores. No entanto, em dois momentos da notícia, o sacristão é identificado, pelo autor da notícia, como padre.
O erro indignou justamente o pároco local que, através de advogados, exigiu a pronta retificação, que foi feita logo na edição de domingo. Estou certo de que não seria necessária a intervenção dos advogados, bastaria um telefonema, tão evidente foi o erro.
Contactada a Direção do DN, esta lamentou o sucedido, através do subdiretor Nuno Saraiva: "No que respeita à confusão/troca de 'sacristão' por 'padre', não posso deixar de considerar que se tratou de um lapso lamentável e inaceitável em qualquer publicação, e muito mais num jornal como o DN. É evidente que, quando se escreve sobre qualquer assunto, o rigor é a regra fundamental para qualquer jornalista. Esta exigência é tanto maior quanto a sensibilidade dos temas que tratamos. Como é óbvio, as suspeitas de um crime de abuso sexual, para mais envolvendo menores, é objeto de uma fortíssima censura social, cuja dimensão é inflacionada em meios pequenos, como é o caso. É pois um imperativo de quem escreve ter a noção de que cada palavra mal medida ou utilizada tem, naturalmente, consequências na vida dos visados. E terá sido manifestamente o caso do pároco de Aveiras. É pois lamentável que este lapso tenha passado despercebido, não só ao autor da notícia, como às restantes estruturas de controlo do jornal, nas quais, no limite, eu me incluo, tendo sido eu o diretor de serviço no dia da publicação da notícia."
O pároco, aparentemente, deu o caso por encerrado, mas não me considerei satisfeito em relação à vergonha por que mais uma vez o DN passou com um erro tão grosseiro: basta apenas imaginar o que serão os comentários na terra onde isto aconteceu e o que não terá sido dito acerca do DN! A propósito: os comentários também não deixarão escapar a ligeireza com que o jornal corrigiu e não reparou que, na mesma curtíssima notícia, chamou à localidade Casais de Lagoa e Casais da Lagoa (essa imprecisão já ocorria na notícia original). Já escrevi nesta coluna sobre a gravidade dos erros nos nomes de pessoas - e instituições - tidas como não importantes: a falta de respeito salta imediatamente ao espírito dos visados. Além disso, o conjunto das notícias refere Casais da Lagoa e Aveiras de Baixo, mas o pároco, na sua mensagem ao DN, afirma que o é de Aveiras de Cima e de Casais da Lagoa. A notícia complementar, feita por outro redator, não sei se induzido pela resposta do Patriarcado, fala em Aveiras de Baixo, freguesia a três quilómetros de Casais da Lagoa e a cinco de Aveiras de Cima.
E o sacristão? É sacristão nas duas paróquias? As pessoas de Aveiras de Baixo não terão ficado com uma preocupação extra ao verem que uma notícia que envolve o Patriarcado como fonte fala de acontecimentos ocorridos nessa paróquia, de que ninguém saberia? A explicação que me foi dada pelo editor, Gonçalo Pereira, colhida junto do redator que contactou o Patriarcado, é que a paróquia de Casais da Lagoa se integra na de Aveiras de Baixo e que o pároco é responsável pelas duas Aveiras, a de Cima e a de Baixo. A benefício de confirmação.
| Ler Artigo Completo | (Pág.1/5) |






0 Comments:
Postar um comentário
Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com