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Colar adesivos sem a autorização dos eleitores, distribuir picolés e ligar para os telefones particulares são algumas das atitudes criticadas
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Da Reportagem
Com menos de um mês da abertura do período oficial para se fazer campanha eleitoral, candidatos a vereador por Cuiabá já têm colocado em prática táticas, no mínimo, “duvidosas” para tentar seduzir o eleitor. As artimanhas são das mais variáveis e passam por ligações em celulares, picolés distribuídos nos semáforos, os já tradicionais santinhos jogados na varanda de residências e adesivos colados em carros sem o conhecimento dos respectivos donos.
“Os candidatos que, desde já, ‘forçam a barra’ são os primeiros a perder o meu voto”, contou o arquiteto Hugo Gonçalves Pedrosa, 34 anos.
Mesmo nunca tendo sido filiado a nenhum partido político e não tendo proximidade com candidatos a vereador, o arquiteto, nos últimos dias, tem sido tratado como figura ilustre por certos candidatos, recebendo telefonemas, pedidos de solicitação de amizade pelas redes sociais, além de e-mails bastante cordiais. “O engraçado é que certos candidatos, sendo uma maioria esmagadora que nunca ouvi falar, resolvem ficar simpáticos neste período de campanha. Por que será?”, ironizou.
A universitária Fernanda Alves da Silva, 23 anos, também é outra pessoa que nunca teve proximidade com políticos, muito menos com vereadores, mas que agora passou a ser constantemente assediada por eles.
“Somente nesta semana, no mesmo dia, o mesmo candidato – uma pessoa que não conheço e nunca ouvi falar - me ligou três vezes! Sempre a mesma coisa. Uma gravação em que o figura adota um tom informal, fingindo uma proximidade inexistente. Na terceira vez desliguei o telefone irada, depois de ter xingado. Eu só queria saber quem foi o marqueteiro genial que concluiu que ‘encher o saco’ do eleitor desse jeito vá dar algum resultado positivo nas urnas”.
A aposentada Edna Maria da Silva é outra que não está muito contente com o tipo de atitude de certos candidatos, pois não aguenta mais ter que, quase diariamente, limpar a varanda de santinhos que são jogados, além de ter que conviver com os carros de som tocando jingles repetitivos nas alturas.
“Acho um desrespeito esse tipo de postura. É como brincar com a nossa inteligência”, pontuou. Ela também já teve que tirar do seu carro o adesivo de um candidato a vereador que foi colado sem a sua permissão. “E tende a piorar, creio. Pois a campanha ainda nem esquentou”.
Para o cientista político Clóvis Xavier Barbosa, a forma invasiva como muitos candidatos se apresentam à população demonstra uma falta de conhecimento por parte dos postulantes. “É preciso, antes de mais nada, respeitar o espaço do outro e procurar uma abordagem diferenciada, onde a apresentação se dê de forma propositiva e não forçada”.
A pessoa que se sentir incomodada ou mesmo invadida por atos de campanha de candidatos a cargos eletivos pode fazer uma denúncia formal junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
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