Folha Online
Usado há quase duas décadas no controle dos sintomas da doença de Parkinson, o marca-passo cerebral será testado pela primeira vez no Brasil para obesidade mórbida e depressão.
A esperança é adicionar mais uma opção ao arsenal de tratamentos, como medicamentos e cirurgia. As pesquisas serão desenvolvidas no Centro de Neurociência do HCor (Hospital do Coração) em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do IEP (Instituto de Ensino e Pesquisa) do hospital.
Dois neurocirurgiões brasileiros que acabam de voltar ao país depois de uma longa temporada nos EUA serão os responsáveis pelos estudos. Professores de neurocirurgia na UCLA (Universidade da Califórnia), Antonio De Salles e Alessandra Gorgulho têm vasta experiência na área.
O grupo de pesquisa do qual fazem parte realizou estudos para o tratamento da depressão com essa técnica. E ambos já desenvolveram pesquisas com a estimulação elétrica cerebral em primatas e suínos para tratar a obesidade mórbida. "Trata-se de uma ferramenta útil e poderosa que está sendo usada cada vez mais em outras áreas. Com o advento da tecnologia, o potencial de crescimento é enorme", afirma Gorgulho.
Ela diz que no Canadá há uma linha de pesquisa que estuda a técnica para mal de Alzheimer e o próprio casal já fez estudos em animais para o tratamento de estresse pós-traumático.
COMO FUNCIONAK
No tratamento da doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento, eletrodos são inseridos no cérebro e ligados a um marca-passo colocado sob a pele.
Por meio de impulsos elétricos, os sinais do cérebro que geram tremores e rigidez muscular são inibidos. O tratamento é reversível.
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