As informações contidas nas quebras de sigilos enviadas à CPI do Cachoeira esta semana comprovam que a Alberto e Pantoja não foi a única empresa irrigada pela construtora Delta a realizar depósitos para o radialista Luiz Carlos Bordoni, que trabalhou na campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A Adécio e Rafael Construções também foi agraciada com vultosos recursos vindos da empreiteira: R$ 13,3 milhões entre julho de 2011 e fevereiro deste ano. O extrato da conta da filha do jornalista Bruna Bordoni aponta dois lançamentos de R$ 45 mil cada: um da Pantoja e outro da Adécio. Ele afirmou em seu depoimento que esses R$ 90 mil se referem ao pagamento por serviços prestados ao atual governador.
A comprovação de que, a exemplo da Pantoja, a Adécio também foi abastecida pela Delta reforçam as suspeitas de que Marconi usou empresas de fachada ligadas à organização criminosa de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que seria sócio oculto da construtora. A Polícia Federal concluiu que a empreiteira possui forte influência no estado de Goiás. As investigações já haviam apontado ainda a ligação tanto da Pantoja quanto da Adécio e Rafael com a quadrilha. Os dados enviados pelo Banco Central à comissão mostram, porém, que a segunda também faz parte da rede de abastecimento da empreiteira. Só de uma das contas da Delta saíram 34 lançamentos de diferentes valores, que variam de R$ 60 mil a 623 mil.
O CNPJ da Adécio e Rafael está registrado no banco de dados da Receita Federal em nome de G&C Construções, com situação cadastral ativa desde 19 de maio de 2010. O endereço, porém, é inexistente ou incompleto. O Correio tentou encontrar a sede da empresa no local informado à Receita, no centro de Novo Gama (GO). Sem sucesso. No bairro, todas as pessoas procuradas pela reportagem disseram não conhecer a Adécio nem a rua em questão.
Ao tomar conhecimento de que a Adécio possuía outra razão social e engrossava a rede de irrigação da Delta, na quinta-feira, o senador Pedro Taques (PDT-MT) encaminhou um requerimento à CPI para solicitar a quebra dos sigilos fiscal e bancário da empresa. "Essa pessoa jurídica Adécio e Rafael é mais do que laranja, é acerola da Delta", afirmou o parlamentar durante a sessão do colegiado. "Já temos o caminho (do dinheiro) traçado: do Tesouro para a Delta e, em seguida, para fantasmas. É importante saber a quem essa empresa pagou, para onde esse dinheiro saiu", cobrou Pedro Taques, após a reunião.
Despesa de campanha
Na conta da filha de Bordoni, a Adécio depositou os R$ 45 mil em 18 de maio. O lançamento da Pantoja ocorrera cerca de um mês antes, 14 de abril. O jornalista reafirmou que o dinheiro dizia respeito ao valor que o governador de Goiás lhe devia. "Combinamos que ele me pagaria um total de R$ 120 mil, mais um bônus de R$ 50 mil, caso fosse eleito. Até abril do ano passado, ele só tinha pago parte do que havíamos acertado. O restante chegou por meio dessas duas empresas", explicou o jornalista, que, em seu depoimento, admitiu não ter declarado no Imposto de Renda parte do que arrecadou. Na ocasião, ele afirmou ainda que o governador lhe entregou em mãos um pacote, guardado em um frigobar, com parte do dinheiro.
Na conta da filha de Bordoni, a Adécio depositou os R$ 45 mil em 18 de maio. O lançamento da Pantoja ocorrera cerca de um mês antes, 14 de abril. O jornalista reafirmou que o dinheiro dizia respeito ao valor que o governador de Goiás lhe devia. "Combinamos que ele me pagaria um total de R$ 120 mil, mais um bônus de R$ 50 mil, caso fosse eleito. Até abril do ano passado, ele só tinha pago parte do que havíamos acertado. O restante chegou por meio dessas duas empresas", explicou o jornalista, que, em seu depoimento, admitiu não ter declarado no Imposto de Renda parte do que arrecadou. Na ocasião, ele afirmou ainda que o governador lhe entregou em mãos um pacote, guardado em um frigobar, com parte do dinheiro.
Procurado, o governador de Goiás respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que as afirmações de Bordoni são mentirosas e irresponsáveis. Argumenta que ele foi contratado como locutor pelo comitê de campanha do partido para prestar serviços de gravação de áudio por R$ 33,3 mil, valor "compatível com os praticados pelo mercado". Ainda de acordo com Perillo, o pagamento foi realizado dentro do prazo legal, não restando débito algum, de acordo com as regras legais e constantes da prestação de contas da campanha aprovada pela Justiça Eleitoral. Conclui, reafirmando que exigirá reparação do jornalista num processo judicial. A reportagem não conseguiu encontrar a Delta para comentar a denúncia.
GABRIEL MASCARENHAS / CORREIO BRAZILIENSE
GABRIEL MASCARENHAS / CORREIO BRAZILIENSE






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