Candidatos desviam foco de Galindo e disparam para tentar abater Mauro

Romilson Dourado

Mauro Mendes, disparado nas intenções de voto na corrida a prefeito de Cuiabá, será transformado em saco de pancada, enquanto Chico Galindo fica na trincheira

   A campanha à sucessão em Cuiabá começa em meio a um quadro inusitado e emblemático. Como o prefeito Chico Galindo (PTB) não disputa a reeleição - primeiro caso de renúncia à candidatura na Capital após a lei que permite concorrer a outro mandato consecutivo -, e o empresário Mauro Mendes (PSB) é o líder disparado nas intenções de voto, os cinco candidatos majoritários definiram o socialista como principal alvo. Mauro vai se trasformar em saco de pancada, enfrentando bombardeio de todo lado, enquanto Galindo tende a ser esquecido, situação que seria completamente o contrário se o chefe do Executivo estivesse no páreo como candidato.

    A primeira pesquisa estimulda Mark, feita após definição das candidaturas e divulgada na última quinta, traz Mauro com 47,1%, enquanto Guilherme Maluf (PSDB) vem em segundo, com 13,3%, dentro do empate técnico com o petista Lúdio Cabral (10,4%), considerando a margem de erro de 4,5%. Carlos Brito (PSD) e Procurador Mauro Lara (Psol) aparecem empatados, ambos com 7,5%.

    Analistas apontam erro estratégico destes 4 concorrentes majoritários, pois, ao invés deles se combaterem para saber quem vai se consolidar como o segundo colocado, estão atirando pedra em Mauro. Avaliam que, neste início de embate eleitoral, o foco de Lúdio, por exemplo, deveria ser Maluf, que surgiu no caminho, já na segunda posição, apesar da pequena diferença nas intenções de voto. Brito deveria fazer o mesmo em relação a Maluf e Lúdio. Alguns coordenadores de campanha já se atentaram para esse fato. Acham que se todos continuarem disparando a metralhadora verbal contra Mauro, este tende a crescer mais, assim como massa de pão, quando está sendo preparada, o que ampliaria a chance do candidato do PSB ganhar no primeiro turno.

    Maluf pode estar levando pequena vantagem do grupo dos 4 por assumir publicamente ônus e bônus das administrações Wilson Santos, que é do seu partido, o PSDB, e Galindo. Mesmo sob desgaste, as duas gestões possuem um razoável percentual que podem influenciar o eleitor a votar, por exemplo, no candidato tucano. Como o PTB de Galindo decidiu ficar neutro quanto à candidatura a prefeito, todos vão diminuir o peso do porrete no Palácio Alencastro, na esperança de, com isso, atrair eleitores simpáticos do prefeito, assim como servidores públicos e militantes da legenda petebista. De todo modo, Galindo segue na trincheira. Enquanto os candidatos se digladiam, ele toca os 5 meses restantes de mandato, acreditando numa melhoria da popularidade e no reconhecimento de alguns "legados", que serão plataforma para futuras campanhas do dirigente do PTB a partir de 2014.

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