MT tem mais de 69 mil crianças em trabalho infantil

De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 69 mil crianças em Mato Grosso desenvolvem algum tipo de trabalho infantil. Na maioria das vezes, as atividades são desenvolvidas em borracharias, lava-jatos, trabalhos na rua, ou casos ainda mais graves, como na prostituição infantil.

Os dados foram apresentados na manhã desta terça (12), pelo superintendente regional de trabalho e emprego do Estado, Valdinei de Arruda, durante uma caminhada para mobilização contra a exploração da mão de obra infantil, realizada na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Ainda de acordo com Arruda, somente na última semana, 22 crianças foram retiradas das ruas desenvolvendo algum tipo de trabalho infantil. “Essas crianças tem o direito de serem crianças. A caminhada é uma luta para chamar atenção da sociedade e conclamar poder público”, pontua.

Antonio Carlos de Melo, membro da OIT, alega que o órgão desenvolve vários trabalhos para e para desenvolver e fortalecer as atividades de combate a essa prática.

Mobilização

Cerca de mil crianças estiveram presentes no evento desta manhã. Todas participam de programas de combate ao trabalho infantil, desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano. Entre os programas estão o de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Projeto Siminina e ProJovem.

“A prefeitura realiza vários projetos para erradicar o trabalho infantil. Desenvolvemos atividades culturais, pedagógicas, artísticas, entre outras”, disse a secretária Regina Kaeser.
“Esses programas nos ajudam a aprender coisas e não ir para o caminho errado”, revela Dolores Raiane Alecrim Rocha, 15 anos, integrante do ProJovem.

Vaniele Ferreira Nascimento, de 10 anos, participa do programa Siminina e alega que o projeto traz benefícios para toda a família. “Brinco, rebebo orientações, participo de aulas de balé, coral e fico muito feliz”.


Camila Ribeiro – Da Redação/Regina Botelho – Da Reportagem Local

Foto: Mary Juruna