Vítima das Drogas e das Mães

Os viciados em crack — a triste Realidade



QUANDO o crack de cocaína estreou no palco mundial, no início dos anos 80, poucos usuários ousavam crer nos efeitos devastadores que teria. Afinal de contas, não era fumado em bonitinhos cachimbos de vidro, ou misturado com o fumo em cigarros comuns ou nos de maconha? Os comentários nas ruas diziam que o crackera um tóxico seguro. Por certo, era muito mais barato que a cocaína. As pessoas de baixo nível de renda podiam adquiri-lo. A euforia do crack parecia valer a pena, não importava o seu custo.

Dramática evidência dos perigos do crack, contudo, ganhou as páginas de revistas médicas quando usuárias gestantes começaram a dar à luz bebês afetados pelo tóxico. Os médicos começaram a avisar sobre os horrendos efeitos que o crack pode ter sobre o nascituro. O número de bebês deformados, alguns de forma permanente, começaram a avolumar-se com o passar dos anos. “Quando o crack ficou em moda”, disse um médico, “o número de bebês bem pequeninos e doentes simplesmente subiu vertiginosamente”.



Os Terríveis Efeitos



“As gestantes que consomem o crack são as mais doentes que se vê”, disse um médico, especialista de uma Universidade. “Elas chegam bem na hora do parto, e você simplesmente retém o fôlego, esperando para ver o que vai sair dali. O crack pode provocar espasmos nos vasos sanguíneos do bebê, restringindo o fluxo vital de oxigênio e de nutrientes por longos períodos. Pode ser prejudicado o crescimento fetal, inclusive o tamanho da cabeça e do cérebro. Não raro ocorrem derrames e convulsões, e podem ocorrer malformações dos rins, dos órgãos genitais, dos intestinos e da medula espinhal. Existe também o perigo de a placenta desprender-se do útero, o que mata o feto e pode provar-se fatal para a mãe.

“Quando nasce um bebê exposto ao crack, os médicos e as enfermeiras podem notar evidência visível da devastação causada pelo tóxico”. Em vários casos, noticiou a revista Discover, os bebês expostos à cocaína nasceram sem os dois dedos médios de uma das mãos.

Um psicólogo de desenvolvimento de uma Universidade disse que os bebês expostos à cocaína com freqüência nascem com “o sistema nervoso muito frágil e facilmente sobrecarregado”. Tendem a ser hipersensíveis e irritáveis, chorando desconsoladoramente diante da mínima provocação. ‘Um ruído súbito ou a mudança de posição, mesmo ao se falar com o bebê ou olhar para ele, pode provocar o choro prolongado’, disse o médico. ‘



Outros efeitos óbvios dos danos causados pelos tóxicos ao recém-nascido’, podem ser que os bebês se entreguem a um sono profundo, 90 por cento do tempo, para esquivar-se dos estímulos externos. Eles não despertam nem mesmo se lhes tirarmos a roupa, se falarmos com eles, se os embalarmos ou os manipularmos fisicamente’.

Estes problemas neurológicos podem persistir por muitos meses, disse o médico, causando assim tanto a frustração mental como física para a mãe, numa ocasião em que se precisa formar um vínculo de amor e de apego. “O bebê tende a deixar a sua mãe de fora e a tornar-se muito irritável quando ela tenta cuidar das suas carências. A mãe se distancia do bebê e ressente-se dele por não retribuir as atenções dela”, acrescentou o médico. Este comportamento por parte do bebê, e o ressentimento da mãe, não raro a leva a submeter a criança a maus-tratos.



Recém-nascidos Abandonados

Por ser tão precária a condição de tais recém-nascidos, sua permanência no hospital poderá ser de várias semanas e, às vezes, de meses. Bem amiúde, porém, a longa permanência não se deve tanto à condição do bebê como à atitude da mãe para com ele. Muitas vezes, a mãe simplesmente abandona o bebê no hospital, deixando-o entregue aos cuidados do Conselho Tutelar. “Não consigo compreender como é possível uma mãe não perguntar nada sobre o bebê, jamais voltando”, queixou-se um médico preocupado. Algumas nem permanecem ali o tempo suficiente para dar um nome ao bebê. As enfermeiras precisam fazer isso por elas. “O aspecto mais destacado e hediondo do consumo do crack ”, disse uma enfermeira da equipe hospitalar, “parece ser o enfraquecimento do instinto maternal”. Um hospital teve até de mandar telegramas a pais desinteressados, pedindo-lhes que assinassem o atestado de óbito, quando os bebês morreram.



Em Camboriú é grande o número de mulheres grávidas que são dependentes de crack. Muitas delas ainda são adolescentes. Uma mulher usuária de crack, não fez o pré- natal e a criança nasceu sem os dedos da mão. O conselho Tutelar foi acionado e ela perdeu o poder familiar.



Fonte: Revista Despertai e Núcleo de combate às Drogas de Camboriú


essa criança nasceu sem os dedos . A mãe, usuária de crack, não fez pré natal e continuou a usar drogas durante a gestação.

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