Padre silencia sobre acusação de pedofilia


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O padre Miguel Arcângelo Vanin, 63 anos, usou o direito de se manter em silêncio, ante a acusação do crime de abuso sexual contra um garoto de 11 anos que ele teria supostamente violentado no dia 26 de março passado, no interior da casa paroquial, em Mazagão Novo.

O padre foi preso nessa quinta-feira, 11. Após a prisão, e por ter nível superior, o pároco foi transferido para uma cela especial do Centro de Custódia do Zerão. Antes de ser levado ao presídio, Arcângelo foi apresentado na Delegacia de Polícia Civil de Mazagão, mas declarou ao delegado Sandro Torrinha que só iria se manifestar em juízo.

Ontem à tarde o advogado de defesa, Carlos Tork, e o vigário geral da Diocese de Macapá, padre Castrese Aleandro, reuniram a imprensa em entrevista coletiva, concedida na casa paroquial da igreja Jesus de Nazaré, para falar sobre a prisão do membro da Igreja Católica.

Carlos Tork afirmou que seu cliente permanecerá na cadeia até à conclusão do inquérito. “Desistimos do Habeas Corpus por entender que neste momento a manutenção da integridade física do nosso cliente é preponderante. Ele está numa cela especial, sozinho, e já foi, inclusive, medicado por ter apresentado problemas cardiovasculares”, disse Tork.

O advogado declarou ainda que o clamor popular (pró e contra) é grande. “Vamos aguardar a conclusão do inquérito para ver qual será a estratégia a se adotar. Essa decisão parte do próprio padre, com quem ainda não tratei sobre a denúncia em si. Estive com ele na cadeia, mas falamos apenas sobre a prisão preventiva. Quando a polícia concluir o inquérito saberemos, de fato, do que ele [padre] está sendo acusado. Por enquanto o que existe é o depoimento de uma criança. Vamos aguardar para usar o direito de defesa”, afirmou.

O vigário geral da Diocese de Macapá, padre Castrese Aleandro, seguiu a mesma linha de raciocínio. “A Igreja está perplexa com essa notícia. No entanto, vamos aguardar a conclusão das investigações para somente então decidir o que fazer sobre o caso. À Igreja só resta rezar neste momento de turbulência e provação”, disse o vigário.