Jacques Gosch
Vereadores por Cuiabá Toninho de Souza (PSD) e Mário Nadaf (PV)
O discurso de Toninho gerou reação imediata da base governista, que se apressou em defender Mauro. O líder do Governo Leonardo de Oliveira (PTB) afirmou que na prestação de contas da campanha, registrada no TRE, não consta registro de empresas do transporte coletivo. “Agora, prove o que o senhor (Toninho) está falando”.
O vereador Renivaldo Nascimento (PDT) destacou a gravidade da acusação feita pelo parlamentar. O pedetista também afrontou o social-democrata a apresentar provas sobre a suposta doação ilegal. “O senhor está dizendo que o prefeito recebeu doações e não declarou. Para ter credibilidade, precisa formalizar denúncia no Ministério Público”.
O vereador Mário Nadaf (PV), que fez coro com Leonardo e Renivaldo, também desafiou Toninho a provar a acusação contra o prefeito. Para defender Mauro, o parlamentar chegou a utilizar uma citação que atribuiu a autoria ao escritor barroco Padre Antônio Vieira. “Levantar calúnias contra alguém é como subir no ponto mais alto da cidade, rasgar um travesseiro de penas e deixar que o vento as espalhe. Por mais que corra atrás, é impossível juntá-las novamente”, disse.
Diante da reação dos governistas, Toninho afirmou que a intenção foi desafiar o prefeito para realizar nova licitação. O social-democrata lembrou que a concessão venceu, foi prorrogada por cinco anos e as empresas trabalham sob ordem judicial. “É hora do prefeito provar autonomia e exigir ônibus novos com ar-condicionado. Estou na minha atividade parlamentar. A tribuna é único local que o vereador tem o direito de falar e tem imunidade”, explicou.
A Prefeitura de Cuiabá, por meio da assessoria, informou que a licitação do transporte coletivo seria realizada após a implantação do VLT devido à previsão de integração entre os modais. Além disso, afirmou que o serviço é prestado normalmente porque a licitação foi prorrogada conforme prevê o contrato. O Executivo também alega que fiscaliza as empresas do setor. Como resultado, apresenta renovação de frota com 30 novos ônibus e o aumento do tempo de integração em 15 minutos.
Tarifa
O vereador Allan Kardec (PT) aproveitou para cobrar da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) presidida por Faissal Calil (PSB) celeridade na apreciação do decreto legislativo que susta o reajuste da tarifa. “Quero entender o motivo de a matéria ficar parada 60 dias sem subir ao plenário”, disparou.
