Numeroso grupo de moradores do Bairro da Paz fez um protesto na tarde deste sábado, 20, na Avenida Paralela, que bloqueou o trânsito por cerca de duas horas. Eles pediam justiça pelo assassinato da cozinheira Giovane de Jesus, de 35 anos, encontrado morta sexta-feira, 19, num matagal. Seu corpo apresentava sinais de estupro e de golpes de faca.
"Queremos justiça e segurança. Minha irmã era uma mãe de família e ninguém no mundo merecia passar pelo que ela passou. Isso não pode ficar assim", disse o irmão da vítima, o pedreiro Jamilton de Jesus, 31.
Os moradores fecharam a pista e puseram fogo em pneus e pedaços de madeira. Uma equipe do corpo de bombeiros foi chamada para apagar o incêndio e liberar a pista.
Sem conflito - Cerca de 30 policiais militares foram deslocados para o local onde a manifestação reuniu em torno de 400 pessoas. Não houve confrontos e a pista foi liberada por volta das 17h.
"Não houve conflitos e a situação correu de forma tranquila. Conversamos com os manifestantes e eles concordaram em liberar a pista", afirmou o tenente Thomas, da Rondesp. O engarrafamento que se formou atingiu as imediações do bairro de São Rafael e a Avenida Orlando Gomes, segundo informou a Transalvador.
Os manifestantes também pediam melhores condições de segurança na passarela que liga os pontos de ônibus de ambos os lados da Avenida Paralela.
Assaltos frequentes - De acordo com os moradores, frequentemente ocorrem assaltos no local e os criminosos fogem por um matagal próximo à área, justamente onde o corpo de Giovane foi achado.
"Não é justo que a situação continue desse jeito. Nossas crianças precisam de segurança para ir à escola e nós, para ir ao trabalho. Assim como Giovane, eu e tantas outras pessoas precisamos passar por aqui todos os dias", afirmou a também cozinheira Ana Barbosa, de 41 anos.
Segundo conta a empregada doméstica Rose Mota, ela também já foi assaltada quando se dirigia ao ponto de ônibus. O crime ocorreu há cerca de duas semanas, às 8h30 da manhã. "Fui correndo pedir socorro aos policiais que estavam do outro lado, mas eles não fizeram nada. Disseram que não podiam sair da base", disse Ana.
Conforme o coordenador da Ouvidoria Geral do Município, Orlando Pereira, foi feito um acordo com os moradores do Bairro da Paz. "Eu me comprometi a, logo na segunda-feira pela manhã, tentar uma audiência com o secretário de Segurança Pública", afirmou.
Os moradores, porém, avisaram que se o poder público não tomasse providências imediatas, voltariam a fechar a avenida.
Crime - Giovane estava desaparecida desde a última quarta, 17. Seu corpo foi encontrado na sexta por parentes e vizinhos, que fizeram buscas no matagal em frente à passarela do Bairro da Paz.
"Encontramos primeiro a bolsa, que não estava mexida. Mais à frente, encontramos ela, sem roupas e com marcas de faca", disse Jamilton de Jesus, irmão da vítima.
O corpo da cozinheira foi enterrado na tarde deste sábado, no Cemitério Municipal de Brotas. Ela deixou uma filha de 12 anos e um filho de 10.
O corpo da cozinheira foi enterrado na tarde deste sábado, no Cemitério Municipal de Brotas. Ela deixou uma filha de 12 anos e um filho de 10.
O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.
*Colaborou Teo Henrique